Das 14 Medidas Provisórias (MPs) em análise pelo Congresso Nacional atualmente, quatro perdem a validade no final de agosto:
do salário-mínimo,
da remuneração de servidores,
das offshores
e da alimentação do trabalhador.
As MPs são normas de autoria do governo federal que têm força de lei, mas precisam ser aprovadas pelo Legislativo em até 120 dias ou perdem efeito.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já apresentou 30 medidas no seu terceiro mandato.
Das 16 que tiveram tramitação encerrada, apenas quatro foram aprovadas:
da reforma ministerial,
do Minha Casa, Minha Vida,
do Bolsa Família
e do Mais Médicos.
Outras 12 MPs caducaram — ou seja, perderam a validade. Entretanto, seis dessas foram incorporadas a outras MPs.
É o caso da medida que extinguiu a Funasa e da que criou o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (CPPI). Ambas foram incluídas na MP da reforma ministerial.
Leia Mais
Novo PAC é o começo do terceiro mandato e ministros vão ter que cumprir o que foi aprovado, diz Lula
Governo “recompra” fábrica da Ford na Bahia e vai negociá-la com BYD
PF compartilha com FBI investigação sobre joias presenteadas a Bolsonaro
Três das medidas que venceram foram apresentadas ao Congresso em outro formato: como projetos de Lei (PL) e Complementar (LC).
Um exemplo é o voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), inicialmente tratado numa MP que acabou caducando e virou um PL. O texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados e aguarda análise do Senado.
Por fim, apenas três MPs do terceiro mandato do governo Lula não passaram: a que tratava de vinculação administrativa do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e duas referentes à abertura de crédito extraordinário.
Salário-mínimo e offshores
A medida que está mais perto de ser aprovada trata do reajuste no valor do salário-mínimo (MP 1.172) de R$ 1.212 para R$ 1.302 a partir de 1º de maio de 2023. A MP precisa ser analisada até 28 de agosto para não perder a validade.
O relatório do deputado Merlong Solano (PT-PI) foi aprovado em comissão mista do Congresso na terça-feira (8) e incorporou a valorização permanente do salário-mínimo, que aumenta o valor com base no PIB do ano anterior.
O texto apresentado também contém pontos de outra medida, a MP 1.171, que ainda não teve a comissão mista para análise instalada e vai caducar no dia 27 de agosto.
A medida, que foi incorporada à do salário-mínimo, trata da taxação de aplicações no exterior (offshores) e ampliação da faixa de imposto de renda para pessoa física.
Agora, o texto vai ao plenário da Câmara dos Deputados e depois passa no Senado.
VÍDEO – Helder: Novo PAC convoca capitais privado e público
Remuneração servidores
Outra medida perto de ser aprovada é a que trata do aumento da remuneração de servidores e empregados do poder público em 9% (MP 1.170) — que pode caducar em 25 de agosto.
A relatora, deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), teve seu parecer aprovado em comissão mista no Congresso na quarta-feira (9). O texto agora segue para apreciação em plenário da Câmara dos Deputados e, depois, deve passar pelo Senado Federal.
Como passou por modificações, a MP passou a ser chamada de Projeto de Lei de Conversão. Dentre as mudanças, está a inclusão de um “jabuti” que amplia a quantidade de diretores na Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) de 3 para 4.
Programa de Alimentação do Trabalhador
A última medida que vence em agosto, no dia 28, trata da prorrogação do prazo para que os serviços de pagamento de alimentação se adequem à nova lei de auxílio-alimentação, aprovada em 2022 (MP 1.173).
Com a mudança, as empresas terão até 1º de maio de 2024 para começar a fazer a portabilidade de programas de vale-alimentação e refeição; e operacionalizar os pagamentos.
O parecer do relator, senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), foi aprovado em comissão mista na quarta-feira (9) e segue para a Câmara.
Veja quais são as outras medidas em trâmite no Congresso
Outras 10 MPs aguardam análise do legislativo. Dessas, apenas uma já têm comissão mista instalada: a MP 1174, que institui o Pacto Nacional pela Retomada de Obras e de Serviços de Engenharia Destinados à Educação Básica.
Seis aguardam início da análise. Entre elas, estão as medidas:
Desconto na compra de veículos sustentáveis;
Desenrola Brasil;
Reajuste da remuneração de forças de segurança do DF e enfrentamento à fila da Previdência Social;
Plano de Mobilidade Urbana;
Apostas esportivas.
Outras três MPs se referem à abertura de crédito extraordinário:
R$ 200 milhões ao Ministério da Agricultura para prevenção e combate à gripe aviária;
R$ 280 milhões ao Ministério do Desenvolvimento Regional para apoio a municípios afetados por desastres naturais;
R$ 140 milhões ao Ministério da Defesa para atuação na Terra Yanomami.
VÍDEO – Danilo Forte: “Não vejo ânimo do governo para votar uma reforma para cortar gastos”
Este conteúdo foi originalmente publicado em Congresso tem 14 MPs para analisar e quatro perdem a validade em agosto no site CNN Brasil.