São Paulo — A Prefeitura de São Paulo afirma que ainda estuda três projetos para conter as enchentes nas proximidades da Rua Gaivota, em Moema, na zona sul, onde a aposentada Nayde Pereira Cappellano, de 88 anos, morreu afogada há dez meses, em 8 de março do ano passado.
Nayde morreu afogada dentro do próprio carro, em meio a um alagamento, nas proximidades da Gaivota com a Avenida Ibijaú. Na ocasião, a construção irregular de um muro por um condomínio de alto padrão foi apontada como uma das causas da enchente no local. Após o incidente, a prefeitura derrubou o muro.
Em julho, moradores de uma vila nas proximidades, na Alameda Jauaperi, chegaram a ser notificados sobre um processo de desapropriação para a construção de um piscinão (reservatório de água de água, em São Paulo). No mesmo mês, após pressão dos moradores, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) pediu que fossem estudadas alternativas.
Segundo a administração municipal, não há processo de desapropriação em andamento.
A Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) diz que, em conjunto com a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH), da Universidade de São Paulo, três intervenções são estudadas para o local.
A primeira alternativa seria adequar as galerias subterrâneas da Avenida Jacutinga e implantar um reservatório próximo à Avenida Hélio Pelegrino.
Já a segunda seria a construção de um reservatório subterrâneo para contenção de cheias, sem que sejam necessárias desapropriações ou grandes interdições.
O terceiro projeto prevê a construção de grandes galerias, com cerca de 3 km de extensão, para reservar a água das chuvas e evitar as enchentes.
Segundo a prefeitura, duas alternativas anteriores já foram descartadas. A administração municipal não pretende mais implantar reservatórios no cruzamento da Alameda dos Arapanés e Ibijaú, nem da Jauaperi com a Ibijaú.
Questionada sobre o que tem feito para evitar novas enchentes no local onde a aposentada morreu, a prefeitura disse que faz a limpeza de bueiros em pontos de alagamento antes das chuvas, baseada na previsão do tempo, e que essas intervenções ocorrem de maneira adicional àquelas programadas normalmente. “Após a precipitação, as equipes voltam aos pontos para nova limpeza”, diz, em nota.