As últimas sinalizações da deputada Gleisi Hoffmann de que seguirá mais algum tempo na presidência do PT e não assumirá, ao menos por ora, um ministério no governo Lula caíram bem a uma ala do partido que não andava lá muito empolgada com a mudança neste momento.
A avaliação, feita reservadamente à coluna por petistas graduados, é a de que uma saída de Gleisi comando do PT agora acabaria esvaziando, dez meses depois, a decisão do partido de adiar a eleição interna que ocorreria neste ano e estender até 2025 os mandatos da presidente e de dirigentes estaduais.
“Não faz sentido ela sair agora, esse adiamento foi feito para ela continuar lá”, resumiu um influente petista paulista, com quem concorda uma liderança do partido no Congresso. Além do mais, uma troca de guarda na entrada do ano eleitoral poderia naturalmente afetar o planejamento que Gleisi tem tocado.
Sobre um dos nomes mais bem cotados internamente para eventualmente substituir Gleisi Hoffmann, o prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, o perfil conciliador dele é exaltado, mas petistas ponderam que Edinho, atualmente, sequer faz parte da Executiva nacional do PT.
O nome da presidente do PT vinha sendo cotada a pastas como a Secretaria-Geral da Presidência e os ministérios do Desenvolvimento Social e da Justiça.