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Volta às aulas em escola alvo de ataque tem policiamento reforçado

São Paulo — Mais segurança e reformas nas instalações marcaram a volta às aulas na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (6/11). O retorno acontece duas semanas após o ataque a tiros que deixou uma aluna de 17 anos morta. O atentado foi praticado por um estudante de 16 anos que está recolhido em uma unidade da Fundação Casa.


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O policiamento em frente à unidade de ensino foi reforçado. No início da manhã, duas viaturas da Polícia Militar patrulhavam o local. Às 9h, horário em que as aulas começaram, havia uma viatura, com três policiais, monitorando o movimento de estudantes. Pouco depois, às 9h15, mais dois veículos chegaram à unidade e observavam o movimento a distância.

Além disso, um segurança da própria escola estava na entrada e um supervisor, no interior da unidade. A vigilância privada começou a atuar no local nesta segunda-feira.

Para receber os alunos de volta, o governo do Estado também mandou pintar a Escola Sapopemba. Mas poucos estudantes viram as mudanças. Até 9h30, apenas 15 alunos entraram na unidade. Entre eles, ninguém quis dar entrevistas. Funcionários da escola também não quiseram conversar.

Cerca de 1.800 crianças e adolescentes estudam na Escola Sapopemba nos turnos da manhã, tarde e noite, segundo a Secretaria de Estado da Educação.

Obras de R$ 900 mil

De acordo com o governo do Estado, nas duas semanas em que ficou fechada, a escola recebeu reparos e reforma da quadra, tudo ao custo de R$ 900 mil. Os recursos vieram da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), órgão do governo paulista.

A Secretaria da Educação informou que, durante toda a semana, estão programadas atividades de acolhimento aos alunos, juntamente com dinâmicas, rodas de conversa e apresentações de dança, teatro e música. Essas atividades serão realizadas pelas equipes das escolas parceiras.

Segundo a pasta, “haverá plantão com psicólogos do programa Psicólogos nas Escolas, uma equipe do Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi), além de outros profissionais que estarão na unidade para oferecer atendimentos individuais e coletivos”. As unidades de serviços básicos de saúde do município também ficarão à disposição dos alunos, funcionários, professores e familiares.

Aulas a distância

Parte dos estudantes e da comunidade escolar são contrários ao retorno às aulas de forma presencial e preferiam que a escola adotasse um modelo de ensino à distância, similar ao que foi usado ao longo da pandemia de Covid-19.

Esse grupo fez circular um abaixo-assinado que recolheu 11 mil assinaturas reivindicando as aulas remotas. O Metrópoles questionou a secretaria sobre a reivindicação, mas o governo não respondeu sobre ela.

Como foi o ataque

Na manhã de 23 de outubro, uma segunda-feira, um estudante de 16 anos entrou na Escola Estadual Sapopemba armado com um revólver calibre 38 do pai para cometer um atentado. Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, morreu com um tiro na nuca, disparado à queima-roupa. Outras duas alunas de 15 e 16 anos foram atingidas na clavícula e no abdômen, respectivamente, e se recuperam sem riscos.

Giovanna não tinha contato com o autor do ataque, que foi apreendido e encaminhado à Fundação Casa. Ela havia acabado de conseguir seu primeiro emprego e, segundo amigos e familiares, sonhava em ser advogada. O jovem que a matou sofria bullying na escola por ser homossexual, já havia passado por tratamento psicológico na rede pública e registrado boletim de ocorrência por ameaças e agressões na polícia.

Como o Metrópoles revelou, o estudante compartilhou o plano de ataque em um grupo na plataforma Discord, onde foi estimulado e instruído por outros membros a cometer o atentado. Os suspeitos de participação no crime estão sendo investigados pela Polícia Civil e pelo Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça.

No dia do ataque, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi à Escola Estadual Sapopemba, lamentou a morte da aluna de 17 anos e admitiu que o estado pode ter “falhado em alguma coisa” para evitar o atentado, o segundo do ano na rede de ensino paulista.

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