As cerca de 7 mil pessoas que desejam sair da Faixa de Gaza a partir da passagem de Rafah começaram a travessia nesta quarta-feira (1º/11). Em princípio, somente os estrangeiros, feridos e doentes, em uma lista com 480 nomes, poderão passar.
A passagem de Rafah, como é conhecida a fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, abriu após um acordo entre Israel, Egito e o grupo Hamas, mediado pelo Catar. O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, afirmou que nenhum brasileiro estaria na lista dos estrangeiros que tiveram sua passagem permitida.
O que se sabe até agora é que apenas 480 nomes de estrangeiros oriundos de países como Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão e República Tcheca estão permitidos para cruzar a fronteira. Os brasileiros, contudo, não constam na lista – a expectativa é que seja permitida a passagem até esta quinta-feira (2/10).
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À espera de estrangeiros e feridos
Esse corredor humanitário permitia a passagem de ajuda material desde o sábado (21/10). A passagem de 81 civis palestinos feridos também foi permitida.
Fontes médicas na região egípcia do Sinai, que faz fronteira com Gaza, disseram à agência Reuters que um hospital de campanha com quatro tendas, cada uma contendo 20 camas, e 12 caravanas médicas foram montadas em Sheikh Zuweid, a 15 km de Rafah.
Hospitais em Sheikh Zuweid e Al-Arish, uma cidade um pouco mais distante, também se preparavam para admitir pacientes de Gaza, prevendo-se que os casos mais difíceis fossem enviados para Ismailia. Cerca de 40 ambulâncias estavam na passagem para participar nas operações de evacuação.
A Reuters acrescentou que 70 caminhões de ajuda estavam na área de Rafah, passando pelo processo de verificações exigido antes de poder entrar em Gaza.
Palestinos com passaportes estrangeiros no Portão Fronteiriço de Rafah esperam para cruzar para o Egito enquanto os ataques aéreos israelenses continuam
Palestinos com passaportes estrangeiros no Portão Fronteiriço de Rafah esperam para cruzar para o Egito enquanto os ataques aéreos israelenses continuam
Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images
Palestinos esperando para cruzar o portão fronteiriço de Rafah
Palestinos esperando para cruzar o portão fronteiriço de Rafah
Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images
Travessia de Gaza para o Egito
Travessia de Gaza para o Egito
Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images
Portões de Rafah são abertos: lista com 480 nomes
Portões de Rafah são abertos: lista com 480 nomes
Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images
Palestinos aguardam nome ser chamado para sair de Gaza e entrar no Egito
Palestinos aguardam nome ser chamado para sair de Gaza e entrar no Egito
Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images
Famílias inteiras passam de Gaza para o Egito fugindo da guerra entre Hamas e Israel
Famílias inteiras passam de Gaza para o Egito fugindo da guerra entre Hamas e Israel
Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images
Ambulâncias do Egito esperam para passar pela passagem de fronteira de Rafah para transportar palestinos gravemente feridos após ataques israelenses
Ambulâncias do Egito esperam para passar pela passagem de fronteira de Rafah para transportar palestinos gravemente feridos após ataques israelenses
Mustafa Hassona/Anadolu via Getty Images
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Perspectivas de brasileiros em Gaza
Há uma perspectiva de esperança para os brasileiros, que estão entre as pessoas afetadas pela falta de recursos para alimentação na região. O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) chegou a doar 2 toneladas de comida para a região. Esses recursos chegaram na última terça-feira (31/10) na cidade do Cairo, no Egito, na aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). No mesmo local em que a alimentação chegou, a aeronave aguarda os brasileiros, para que sejam repatriados.
O voo partiu nessa segunda-feira (30/10) do Brasil para o Egito. São, ao todo, 34 pessoas sob cuidados do Brasil na região da Faixa de Gaza. Desses, 24 são brasileiros e 10 são palestinos e parentes próximos dos brasileiros. O grupo é composto por 18 crianças, 10 mulheres e 6 homens.
No meio desses grupos de repatriados, está o menino Bader Monir, de 11 anos, que afirmou ter medo de morrer no conflito e que queria vir logo para o Brasil. Os futuros repatriados aguardam nas cidades de Rafah e de Khan Yunis, em abrigos temporários ou nas próprias residências, a autorização para cruzar a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, por meio da passagem de Rafah.