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Um Joe Biden para todos os gostos do mundo, mas ao fim o mesmo

Donald Trump seria capaz de propor a criação de um muro para separar Israel da Faixa de Gaza, mas não sem antes bombardeá-la até que do Hamas pouco ou nada restasse.

Quanto à eventual morte dos sequestrados pelo Hamas, muitos deles americanos, Trump lamentaria, mas culparia os palestinos por elas. São danos colaterais comuns a todas as guerras.

Mas Joe Biden não é Trump, eleito prometendo que “deste dia em diante, vai ser só a América primeiro, a América primeiro” que determinará “o curso do mundo por muitos anos”.

Aos 80 anos de idade, mais de 50 como político, Biden é um hábil manipulador de palavras, sabendo como usá-las para esconder o que de fato pensa e agradar ao maior número possível de pessoas.

Candidato a derrotar Trump pela segunda vez , Biden voltou a falar sobre a guerra em entrevista ao “60 Minutes”, o programa da TV americana de maior audiência nas noites de domingo.

Alertou Israel para não ocupar a Faixa de Gaza, onde 2, 3 milhões de palestinos, cercados há uma semana, passam fome e sede, estão sem luz e morrem sob bombardeios.

Até sábado à noite, Israel havia despejado mais de 6 mil bombas em Gaza, uma a cada dois minutos desde o sábado 7 de outubro. Placar macabro das mortes: 1.300 israelenses x 2.600 palestinos.

Há 9.200 palestinos feridos, contra um número incerto de israelenses, e 423 mil deslocados de suas casas. Israel ordenou aos moradores do Norte de Gaza que se transferissem para o Sul.

É pelo Norte que Israel invadirá Gaza. À primeira vista, a fala de Biden pareceu desautorizar a invasão, mas ele apenas desaconselhou a ocupação de Gaza como já aconteceu no passado.

E acrescentou: sobre “eliminar ali os extremistas, é um requisito necessário”. O embaixador de Israel na ONU logo respondeu dizendo que as forças do seu país não pretendem ocupar Gaza.

Biden afirmou que a esmagadora maioria dos palestinianos não teve nada a ver com os terríveis ataques do Hamas e agora sofre as consequências. Sim, mas o que os Estados Unidos farão?

Não disse. Recusou-se a criticar Israel pelo cerco de retaliação a Gaza, governada pelo Hamas, apesar de funcionários da ONU terem alertado para a crise humanitária que só se agrava.

No domingo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, voltou a repetir numa conferência de imprensa na fronteira de Gaza:

“Esta será uma guerra feroz, uma guerra mortal, uma guerra precisa, e será uma guerra que mudará a situação permanentemente”.

De novo, Biden com a palavra:

“Israel tem que responder. Eles têm que ir atrás do Hamas. O Hamas é um bando de covardes. Eles estão se escondendo atrás dos civis.”.  

Contudo… Ele garantiu que “os israelenses farão tudo ao seu alcance para evitar a morte de civis inocentes”. Civis inocentes já estão mortos. Com a invasão, será uma carnificina.

Perguntado se concordava que o Hamas fosse totalmente eliminado, Biden respondeu:

“Sim, concordo. Mas é preciso que haja uma Autoridade Palestiniana. É preciso que haja um caminho para um Estado palestino.”

A equação “dois Estados” foi estabelecida no final dos anos 1940. Os judeus ganharam o seu. Os palestinos lutam pelo deles até hoje.

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