Em entrevista exclusiva à CNN nesta segunda-feira (25), o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, avaliou que a pressão para a escolha do próximo integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “normal”, mas que decisão cabe ao petista.
“É natural que tenha pressão e tenha defesas de tese A ou B, mas essa é uma prerrogativa do presidente da República. Sou um daqueles que acha que ele tem todo o direito de fazer sua escolha”, destacou Márcio.
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A ponderação do ministro acontece em meio à pressão para que Lula escolha uma mulher negra para a vaga na Suprema Corte que será aberta pela aposentadoria compulsória de Rosa Weber, que completa a idade-limite de 75 anos.
Nesta segunda, Lula pontuou que o critério para a escolha para o STF não será gênero ou cor, mas “atender aos interesses do Brasil”.
Ainda assim, Macêdo ressaltou durante a entrevista à CNN que “todos vocês conhecem a posição democrata do presidente Lula”. “O presidente Lula tem compromisso com as pautas de empoderamento feminino, respeito profissional às mulheres, da equidade de funções e salários”, complementou.
Ele afirmou ainda que Flávio Dino, Bruno Dantas e Jorge Messias, os três nomes mais cotados para assumir a vaga na Corte, têm “qualidades extraordinárias” e são qualificados para o cargo.
Além disso, tanto para a escolha para o Supremo quanto para a Procuradoria-Geral da República, Márcio Macêdo comentou que Lula não está compressa e tem o tempo “necessário” para a decisão.
Novos ministros e apoio do centrão
Sobre a entrada de André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para o governo federal, assumindo ministérios, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República disse que esperam que eles possam entregar políticas públicas e ajudem a consolidar a maioria no Congresso Nacional.
“Aassim é o presidencialismo de coalizão. Ou sai das urnas com maioria no Parlamento, que não é o caso, ou você faz acordos políticos baseados em participação no governo”, observou.
Macêdo avaliou ainda que novos partidos procurarem entrar no governo significaria que “estamos no caminho certo”. Sobre outros cargos reivindicados por siglas do chamado centrão, como a Presidência da Caixa Econômica Federal, ele colocou que serão analisados pelo presidente.
*em atualização
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