São Paulo – Após apenas 20 dias de implantação, a Prefeitura de São Paulo decidiu reduzir em quatro horas a duração do programa Ruas Abertas no bairro da Liberdade, na região central da capital paulista. A administração municipal também decidiu diminuir em uma hora as atividades do programa na Avenida Paulista.
A medida entra em vigor já a partir desde domingo (22/10). Com a mudança, o funcionamento do Ruas Abertas nos dois locais será das 9h às 16h.
Na Liberdade, o programa teve início no dia 1º de outubro e fechou a Rua dos Aflitos, a Rua dos Estudantes (entre a Avenida da Liberdade e a Rua da Glória), a Rua Américo de Campos (da Rua Galvão Bueno e à Rua da Glória) e a Rua Galvão Bueno (entre a Rua dos Estudantes e a Rua Américo de Campos) das 9h às 20h.
Na Paulista, o Ruas Abertas funcionava entre 8h e 16h em toda sua extensão, desde a Praça do Ciclista até a Praça Oswaldo Cruz.
De acordo com a gestão Ricardo Nunes (MDB), a decisão visa padronizar o horário do programa nos dois espaços com o objetivo de intensificar os trabalhos de zeladoria, limpeza e fiscalização. Em nota, a Subprefeitura da Sé afirma que a medida irá “melhorar a utilização do espaço público”.
“Em fase experimental, oferecemos para a população horários que eles pudessem melhor usufruir das atividades nas vias. Agora, estamos proporcionando um horário padronizado, com mais segurança para que todos possam se divertir e vir para o Centro”, afirmou o subprefeito Álvaro Camilo.
A pedidos de uma parte do setor de comércios e serviços, a Prefeitura também estuda a implantação do Ruas Abertas na Avenida São João. A medida ainda está em avaliação, sem definição sobre uma possível realização ou datas.
Deixado de lado
Criado na gestão Fernando Haddad (PT), o Ruas Abertas restringe a circulação de carros em vias da cidade aos domingos e feriados, liberando o espaço para pedestres e ciclistas com o objetivo de promover a ampliação dos espaços públicos, com mais opções de lazer, convivência e atividades para a população.
O programa começou em 2015 pela Paulista, mas chegou a ocupar 26 ruas em seu auge. A promessa da administração petista era de que todas as 32 subprefeituras tivessem pelo menos uma via participando do programa, o que nunca aconteceu.
A partir de 2017, com a administração de João Doria (sem partido), várias subprefeituras desistiram do projeto alegando falta de demanda ou reclamações de vizinhos.
Ainda assim, o programa persistiu em bairros como o Jardim Peri, na zona norte da cidade, e Ermelino Matarazzo, na zona leste, até o início da pandemia. Moradores dessas regiões dizem que crianças e adultos aproveitavam o espaço livre para andar de bicicleta e se divertir com a família, suprindo em parte a falta de espaços públicos de lazer nos bairros.
