A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu, na manhã desta sexta-feira (20/10), seis mandados de busca e apreensão a fim de coibir um esquema de sonegação fiscal praticado por empresas do ramo de equipamentos de filmagem, fotografia e drones que atua na capital do país.
As buscas ocorreram na Feira dos Importados, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), bem como nas regiões de Águas Claras e do Itapoã.
Veja imagens:
As investigações da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (DOT) revelaram que o grupo empresarial alvo da operação obteve uma dívida tributária superior a R$ 12 milhões, devido ao esquema, e usava empresas de fachada para emitir notas fiscais frias.
Além disso, por meio das mesmas empresas, o grupo fazia circular dinheiro proveniente de ações tributárias ilícitas, há ao menos 10 anos.
Essas empresas tinham quadros societários constituídos por pessoas interpostas, inclusive funcionários e familiares, com padrões de vida incompatíveis com os valores milionários movimentados pelas respectivas empresas de fachada.
Destaca-se que a utilização de interpostas pessoas nos contratos sociais das empresas de fachada tinha o intuito de blindar o real proprietário do grupo empresarial que se beneficiava do esquema, por meio de simulação/dissimulação de atos e não recolhimento dos impostos.
As contas bancárias dessas empresas de fachada, de contas pessoais em nome de laranjas e até mesmo de funcionários eram utilizadas para movimentação milionária de valores advindos dos ilícitos tributários.
Movimentações bancárias
Chamou atenção dos investigadores as movimentações bancárias recorrentes nos últimos quatro anos em contas pessoais de um dos mentores do grupo de valores de aproximadamente R$ 2,5 milhões, em períodos de apenas 30 dias. A quantia era fracionada e distribuída entre contas de terceiros, de modo a dificultar a investigação quanto a origem do dinheiro.
Nesse contexto, as empresas constituídas por meio de laranjas, ao deixar de recolher os impostos, ficavam com uma grande dívida tributária que não podia ser cobrada, uma vez que a persecução fiscal é apontada para pessoas sem condições financeiras ao adimplemento da dívida.
Por sua vez, a empresa atualmente existente de fato apresenta-se de forma regular perante a Receita, fundamentada nesse esquema de sonegação.
Buscas e apreensões
Em meio às buscas, foram apreendidos valores em moeda nacional e estrangeira, totalizando cerca de R$80 mil Participaram da ação policiais da PCDF, contando com apoio operacional de policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem de Tributária da PCGO e da Delegacia Seccional de Polícia de Mogi das Cruzes (SP).
Os suspeitos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsidade ideológica. Caso condenados, eles podem pegar até 27 anos de prisão.