A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu inquérito para apurar as circunstâncias que envolvem a morte da defensora pública Cinthia Maria Santos Domingues de Oliveira, 42 anos. A servidora foi encontrada sem vida no quarto do apartamento em que morava com o companheiro, no Guará II, na manhã de segunda-feira (18/9).
Socorristas do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda tentaram reanimá-la, mas não obtiveram sucesso. A coluna apurou que o corpo da defensora foi mexido antes da chegada de policiais civis da 4ª Delegacia de Polícia (Guará), unidade que investiga o caso.
O marido teria dito que a mulher cometeu suicídio em decorrência da ingestão de altas doses de medicamentos, mas parentes e amigos de Cinthia duvidam dessa versão.
De acordo com relatos de pessoas próximas de Cinthia, as constantes agressões físicas, as discussões e o relacionamento abusivo teriam motivado a mulher a pedir o divórcio, colocando um ponto final na relação, que durava cerca de oito anos.
O nome do companheiro de Cinthia não será revelado, neste momento, pelo fato de ele ainda não ser oficialmente investigado por um suposto feminicídio.
Veja imagens da defensora pública:
PCDF apura morte de defensora pública no DF
PCDF apura morte de defensora pública no DF
Reprodução
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A servidora, segundo amigos próximos, sofria agressões físicas do companheiro
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Cinthia teria pedido para dormir sozinha na noite que antecedeu sua morte
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O caso é apurado pela 4ª Delegacia de Polícia (Guará)
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A servidora, segundo colegas de trabalho, constantemente chegava ao serviço apresentando hematomas
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Cinthia estava tentando se separar e estava animada com a nova vida
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Morte suspeita
Ainda segundo relatos de pessoas do convívio da defensora, Cinthia teria pedido ao companheiro que não dormisse no mesmo quarto, pois ela queria passar a noite sozinha.
Colegas que trabalharam com Cinthia na Defensoria Pública do DF ouvidos pela reportagem foram unânimes em dizer que ela “vivia roxa” e era constantemente vítima de violência doméstica. Outra situação intrigante é que, após a morte da defensora, familiares teriam sido proibidos pelo companheiro dela de entrarem no apartamento.
Outro fato de amigos rechaçarem a tese de crime contra a própria vida é o de que Cinthia estava planejando com entusiasmo uma nova vida. Quem conviveu com a defensora lembra como era alegre, divertida e valorizava momentos com a família.
Atualmente, Cinthia estava cedida e ocupava cargo na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração (Seplag) do GDF.
Segundo o delegado-chefe da 4ª DP, Anderson Espíndola, um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte. “Estamos aguardando alguns laudos que são importantes para a investigação, como o exame histopatológico, que irá apontar, se houver substâncias, quais as quantidades encontradas no organismo da vítima”, explicou.