A delação premiada fechada pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid deve incluir detalhes sobre o que agentes da Polícia Federal têm chamado de “máquina de fake news” criada no governo anterior.
A expectativa de investigadores da força policial ouvidos pela CNN é de que o militar da ativa esclareça como funcionava a dispersão de notícias falsas, sobretudo sobre o processo eleitoral e sobre a pandemia do coronavírus.
A Polícia Federal quer esclarecer se existia na sede administrativa do governo federal o apelidado “gabinete do ódio”, uma estrutura que criaria conteúdo para ser replicado nas redes sociais contra adversários de Jair Bolsonaro.
Leia mais
Minirreforma eleitoral: Câmara volta atrás em regra de inelegibilidade que poderia prejudicar Bolsonaro
Lula e Lira podem definir futuro da Caixa em viagem aos EUA
Lula deixa o Brasil rumo a cúpula em Cuba e à Assembleia da ONU, nos EUA
Pretende avançar também sobre os integrantes do governo bolsonarista que faziam parte dela ou que contribuam para a produção de conteúdo falso.
O foco de agentes da Polícia Federal é sobre ataques às urnas eletrônicas e mentiras sobre as vacinas contra o coronavírus. Eles lembram que o ex-ajudante de ordens, por exemplo, ajudava a promover as transmissões ao vivo do então presidente no Palácio da Alvorada.
Em uma delas, por exemplo, Bolsonaro exibiu vídeos que demonstrariam o que ele chamou de indícios de fraudes nas urnas eletrônicas. Em outra live, associou as vacinas contra o coronavírus ao risco de contaminação pelo vírus da Aids.
Nessa última, o próprio ex-ajudante de ordens foi investigado pela Polícia Federal por ter produzido o conteúdo da transmissão ao vivo para as redes sociais.
O ex-presidente sempre negou e ainda nega a existência de um gabinete de mídia digital para produzir conteúdo falso ou caluniador no Palácio do Planalto.
Depoimento
Muro Cid deve presetar novo depoimento na próxima semana. A Polícia Federal concluiu pedido de informação de colaboração internacional à autoridade central dos Estados Unidos e enviou para o Ministério da Justiça.
A expectativa é de que até o final deste mês uma comitiva de agentes policiais viaje aos Estados Unidos para ter acesso a documentos e imagens que corroborem as informações de Cid sobre a venda de joias no exterior.
Este conteúdo foi originalmente publicado em PF quer que Cid detalhe atuação de “gabinete do ódio” no site CNN Brasil.