A Polícia Federal (PF) investiga o furto de 21 armas do Arsenal de Guerra do Exército em São Paulo. A PF decidiu apurar o caso por conta própria após o Exército sequer comunicá-la sobre o ocorrido.
A Superintendência da PF em São Paulo já enviou ofícios ao Exército solicitando informações sobre o roubo. O procedimento em curso é chamado de “notícia-crime em investigação”, etapa que antecede a decisão sobre abertura ou não de um inquérito policial.
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Rivelino Barata de Sousa Batista foi exonerado do cargo de diretor do Arsenal de Guerra de SP
Divulgação/Exército Brasileiro
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Ao todo, 21 armas foram furtadas do Exército
Divulgação/Polícia Civil de SP
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Fachada da delegacia de Carapicuíba, que encontrou nove armas furtadas do Exército
Divulgação/Polícia Civil de SP
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As armas furtadas do Exército foram encontradas enterradas em uma mata próximo a um lago em São Roque (SP)
Divulgação/Polícia Civil de SP
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PF não foi acionada pelo Exército após furto de armas
Divulgação/Polícia Civil de SP
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Nove armas furtadas do Exército foram encontradas pela Polícia Civil de São Paulo, na madrugada deste sábado (21/10)
Divulgação/Polícia Civil de SP
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Segundo a Polícia Civil, armas furtadas do Exército seriam vendidas para o PCC e o CV
Divulgação/Polícia Civil de SP
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Para que o inquérito seja instaurado, são necessários dois pré-requisitos: a existência de crime e a atribuição da PF para investigá-lo.
Segundo fontes da coluna, é inevitável que a Polícia Federal entre de cabeça no caso, uma vez que houve furto de armas de guerra [crime], um patrimônio da União [elemento que conferiria competência da corporação para atuar].
A PF é a polícia judiciária da União. E o não acionamento da instituição pelo Exército chamou a atenção de investigadores.
Na corporação, a Corregedoria é o órgão responsável por avaliar se estão presentes as condições necessárias para abrir o inquérito. E, uma vez que o parecer seja favorável ao procedimento, ele será instaurado independentemente da vontade do Exército, que toca a sua própria apuração interna.
Civis e militares deverão ser investigados
Caso queira o monopólio da investigação, o Exército poderá alegar que o furto das armas configura “crime militar”, única condição na qual a polícia judiciária (PF) ficaria de fora.
Contudo, o 8 de Janeiro é um exemplo contundente de que a Polícia Federal pode apurar a conduta de militares em inquérito. O furto das armas, por essa mesma ótica, seria um crime que pode ter tido o envolvimento de militares, mas não seria um crime estritamente militar.
As armas furtadas em Barueri seriam vendidas para Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
Uma vez instaurado o inquérito, o que é muito provável, a Polícia Federal passará a investigar formalmente militares e civis envolvidos no caso.