A Polícia Federal (PF) está investigando possíveis fluxos financeiros entre o grupo terrorista do Líbano, Hezbollah, e brasileiros que estariam sendo cooptados. Na última quarta-feira (8/11) foram cumpridos 11 mandados de busca e dois de prisão temporária por suspeita de envolvimento com o grupo radical. A operação foi batizada de Trapiche.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou sobre o assunto na manhã desta quinta-feira (9/11) em um evento no Palácio da Justiça, em Brasília.
“As informações que estão circulando dão conta da seriedade da investigação na medida que todos os meios usuais estão sendo utilizados, portanto investigação de fluxos financeiros, de comunicação, por mensagens telefônicas. Esse é um caminho a ser percorrido. E de fato há a identificação de certos indícios que podem ou não confirmar a conduta criminosa”, afirmou o ministro.
Um dos brasileiros presos estava com US$ 5 mil em dinheiro, cerca de R$ 25 mil, no aeroporto de Guarulhos, quando voltava de uma viagem ao Líbano, segundo reportagem do Globo. Os investigadores querem saber a origem desse dinheiro.
Mensagens investigadas pela PF
Além do fluxo financeiro, os investigadores estão se debruçando sobre mensagens pela internet entre os suspeitos.
Uma das plataformas usadas por grupos terroristas para cooptação na América Latina é o aplicativo russo Telegram.
Em agosto, a PF identificou que o Telegram estava sendo usado para cooptar adolescentes para o grupo Estado Islâmico (Isis). No entanto, são investigações diferentes. O Isis é sunita e o Hezbollah xiita.
Na operação de agosto, houve o cumprimento de mandados de busca nas casas de adolescentes em cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Anteriormente, em junho, um jovem de brasileiro, de Minas Gerais, foi preso no aeroporto de Guarulhos, de onde seguia para a Turquia, de onde iria por via terrestre para outro país, se juntar ao Isis.



