A deputada federal e vice-líder da oposição na Câmara, Carla Zambelli (PL-SP), disse à CNN que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não pode ser acusado por um crime que não se consumou após as novas revelações sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid.
O militar disse à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente se reuniu com a cúpula do Exército, Marinha e Aeronáutica para discutir detalhes de um plano para não deixar o poder. A informação confirmada pela CNN foi revelada primeiramente por O Globo e UOL.
“Não há provas. Mas ainda que tivessem, querem culpar o Bolsonaro pela suposta intenção de um golpe que não aconteceu. Não existe crime de intenção. É como naquele filme Minority Report”, afirmou a parlamentar à CNN.
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Diante das novas revelações de Cid, a oposição se dividiu sobre a estratégia de reação. O entorno do ex-presidente avalia a ideia de fazer uma ofensiva nas redes para desacreditar Cid, mas deputados e lideranças ligadas às Forças Armadas resistem.
Em caráter reservado, uma liderança bolsonarista da Câmara diz que há muito ressentimento entre os apoiadores do ex-presidente devido à falta de apoio a antigos aliados que foram “deixados para trás”.
Em nota, a defesa de Mauro Cid cita as matérias da imprensa sobre “possíveis reuniões com a cúpula militar para avaliar golpe no país” e afirma que “não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa mesma razão não confirma seu conteúdo”.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em “Não existe crime de intenção no Brasil”, diz Carla Zambelli à CNN no site CNN Brasil.