São Paulo – Os metroviários de São Paulo convocaram uma assembleia para a noite desta quarta-feira (25/10) para debater uma nova greve no transporte coletivo na semana que vem.
A categoria vai debater o que fazer após a demissão de 5 funcionários e a suspensão de outros 4 por “faltas graves” durante a paralisação surpresa ocorrida no último dia 12 de outubro.
A decisão do Metrô foi baseada em provas compostas por imagens, áudios e relatórios que indicaram a conduta irregular dos 9 profissionais. A direção da companhia avaliou que a paralisação atendeu apenas a interesses privados e descumpriu a legislação por ter sido implementada sem aviso prévio e sem qualquer autorização neste sentido pela assembleia da categoria dos metroviários.
A companhia disse também avaliar outros casos e não descarta novas punições. Segundo a empresa, os 9 empregados punidos alegaram protestar contra advertências recebidas por outros três empregados da Linha 2-Verde. É importante destacar que tais advertências não implicavam em demissão ou redução de salários.
“Convocaremos a categoria para organizar a luta contra as demissões, privatizações e terceirizações”, disse comunicado do Sindicato dos Metroviários divulgado após o anúncio do Metrô.
“A categoria está revoltada”, disse a presidente do sindicato dos metroviários, Camila Lisboa, sobre a possibilidade de se aprovar uma nova greve na próxima semana, durante a assembleia desta quarta.
Para ela, as demissões são uma retaliação do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) aos funcionários do Metrô por causa dos movimentos contra privatizações e terceirizações.
Paralisação surpresa
Funcionários do Metrô de São Paulo realizaram no dia 12 de outubro um protesto contra supostas “punições” que estariam sendo aplicadas pela empresa à categoria por causa da greve de 24 horas realizada no início do mês.
A ação paralisou as linhas 1-Azul, 3-Vermelha e 15-Prata no fim da manhã desta quinta, segundo o Metrô. A Linha 2-Verde operou com velocidade reduzida, enquanto as linhas 4-Amarela e 5-Lilás, concedidas à iniciativa privada, não foram afetadas.
O Sindicato dos Metroviários disse que a companhia praticou “conduta antissindical”. Já o Metrô afirmou que o protesto dos trabalhadores é uma resposta a uma advertência por escrito dada a cinco operadores de trem que teriam se recusado a participar de treinamentos.
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Movimentação de passageiros na estação Itaquera em meio à greve desta terça em SP
Leonardo Amaro/Metrópoles
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Metrô Itaquera tem acesso fechado em meio à greve conjunta
Leonardo Amaro/Metrópoles
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Acesso fechado ao metrô na estação Itaquera, zona leste
Leonardo Amaro/Metrópoles
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Protesto no acesso ao metrô Itaquera, fechado em dia de greve conjunta
Leonardo Amaro/Metrópoles
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Movimentação na estação Itaquera em meio à greve desta terça em SP
Leonardo Amaro/Metrópoles
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Acesso fechado na estação de metrô Jabaquara, na zona sul, em meio à greve conjunta desta terça
Jéssica Bernardo/Metrópoles
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Protesto durante greve de Metrô e CPTM em frente à entrada da estação Jabaquara do Metrô
Jéssica Bernardo/Metrópoles
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Protesto durante greve de Metrô e CPTM em frente à entrada da estação Jabaquara do Metrô
Jéssica Bernardo/Metrópoles
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Cartaz na estação Itaquera informa sobre siutação das linhas da CPTM em meio à greve
Leonardo Amaro/Metrópoles
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Linha Amarela do Metrô funcionou normalmente em meio à greve em SP
Renan Porto/Metrópoles
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Linha 4-Amarela do Metrô funcionou normalmente em meio à greve em SP
Renan Porto/Metrópoles
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Em nota à imprensa no dia 12, o Sindicato dos Metroviários afirmou que a companhia passou a “aplicar punições contra a categoria” em uma “conduta antissindical” por causa da greve realizada no início do mês.
“Essas retaliações são em razão da justeza da greve, que contou com amplo apoio da população contra os processos de privatizações”, diz a nota. Segundo a entidade, o protesto realizado nesta quinta-feira é uma “paralisação organizada pelo sindicato contra essa conduta arbitrária”.