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Mato Grosso pede que STF espere definição do Congresso para julgar marco temporal

O governo do Mato Grosso pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que espere uma definição do Congresso Nacional sobre o marco temporal de demarcação de terras indígenas para julgar o tema.

Segundo o pedido, assinado pelo governador Mauro Mendes (União Brasil) e por procuradores do estado, o Judiciário precisa ter uma postura “autocontida” diante da tramitação da proposta no Legislativo.

Esperar a conclusão dos debates pelos congressistas seria “crucial para a efetivação da vontade popular expressa por seus representantes eleitos, bem como para garantir um processo democrático e participativo na definição das regras que regerão a demarcação de terras indígenas”, de acordo com a solicitação, enviada na quinta-feira (14).

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O marco temporal é uma tese jurídica defendida por ruralistas e que contraria os interesses das populações indígenas. Ela determina que a demarcação de uma terra indígena só pode acontecer se for comprovado que os indígenas estavam sobre o espaço requerido em 5 de outubro de 1988, quando a Constituição atual foi promulgada.

A exceção é quando houver um conflito efetivo sobre a posse da terra em discussão, com circunstâncias de fato ou “controvérsia possessória judicializada”, no passado e que persistisse até 5 de outubro de 1988.

No Congresso, o projeto de lei que busca estabelecer o marco temporal foi aprovado na Câmara. A proposta está agora tramitando na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Conforme mostrou a CNN, o relator do marco temporal na Casa, Marcos Rogério (PL-RO), deve insistir para acelerar a tramitação do projeto. O senador apresentou seu parecer na quarta-feira (13).

Entre idas e vindas, o Supremo julga o caso desde 2021. A Corte pautou a retomada da análise para 20 de setembro. No momento, o placar está 4 a 2 para invalidar a tese. Há diferenças nos votos contrários ao marco temporal.

Entidades do movimento indígena veem com preocupação pontos apresentados pelo ministro Alexandre de Moraes. O magistrado sugeriu vincular a demarcação de territórios com uma indenização prévias a ruralistas que tenham ocupado de boa-fé terras de tradicional ocupação indígena.

O tema em discussão no STF tem relevância porque será com este processo que os ministros vão definir se a tese do marco temporal tem validade ou não. O que for decidido valerá para todos os casos de demarcação de terras indígenas que estejam sendo discutidos na Justiça.

Segundo o pedido do governo de Mato Grosso, a postura “autocontida” do STF “não retira do Poder Judiciário a possibilidade do exercício do controle de constitucionalidade sobre o ato normativo exarado pelo Poder Legislativo”.

O pleito é para que o Supremo se debruce sobre o tema só depois de eventual aprovação da proposta no Legislativo.

Conforme o pedido, a regulamentação das terras indígenas é “exemplo notório” de que a interação “adequada” dos Poderes é essencial para fortalecer a democracia e preservar os direitos fundamentais.

“Especialmente porquanto eventual solução adotada pelo Poder Legislativo poderá ser esvaziada caso esta Suprema Corte prossiga com o julga mento deste tema da repercussão geral”.

Veja também: STF retoma julgamento do marco temporal de terras indígenas

Este conteúdo foi originalmente publicado em Mato Grosso pede que STF espere definição do Congresso para julgar marco temporal no site CNN Brasil.

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