São Paulo — A Prefeitura de São Paulo deixou em aberto praticamente um em cada três pedidos (35,4%) de poda de árvore feitos pela central de atendimento 156, de julho a setembro deste ano. Os dados do terceiro trimestre são os mais recentes e fazem parte do portal da transparência da administração municipal, com atualização feita na última sexta-feira (3/11).
Ventos acima de 103 km/h durante a tempestade de sexta-feira derrubaram mais de 1.400 árvores em toda a Grande São Paulo, segundo os bombeiros — mais de 300 foram na capital. Moradores têm apontado que muitas árvores que caíram em meio ao vendaval estavam condenadas ou necessitavam de poda urgentemente.
árvore06
Árvore no cruzamento das ruas João Luís Vives e Professora Carolina Ribeiro, na Vila Mariana, em São Paulo
William Cardoso/Metrópoles
árvore05
Sexta-feira (3/11): Árvore no cruzamento das ruas João Luís Vives e Professora Carolina Ribeiro, na Vila Mariana, em São Paulo
William Cardoso/Metrópoles
árvore04
Sábado (4/11): Árvore no cruzamento das ruas João Luís Vives e Professora Carolina Ribeiro, na Vila Mariana, em São Paulo
William Cardoso/Metrópoles
árvore03
Sábado (4/11): Caminhão da Enel em frente a árvore no cruzamento das ruas João Luís Vives e Professora Carolina Ribeiro, na Vila Mariana, em São Paulo
William Cardoso/Metrópoles
árvore01
Segunda-feira (6/11): Árvore no cruzamento das ruas João Luís Vives e Professora Carolina Ribeiro, na Vila Mariana, em São Paulo
William Cardoso/Metrópoles
árvore02
Segunda-feira (6/11): Árvore no cruzamento das ruas João Luís Vives e Professora Carolina Ribeiro, na Vila Mariana, em São Paulo
William Cardoso/Metrópoles
0
Segundo os números do portal da transparência, foram 15.752 solicitações para “avaliação em calçadas e praças para fins de poda ou remoção” de árvore entre julho e setembro. Isso representa um pedido a cada 8 minutos, em média, ao longo de três meses.
O levantamento baseado nos dados oficiais da própria Prefeitura mostra que, entre esses, 5.577 seguiam sem avaliação até a última sexta-feira, mais de um mês após o encerramento do trimestre — entre esses, há chamados sem resposta desde o início de julho.
Por causa do tamanho da cidade, a capital paulista tem 32 subprefeituras e o desempenho de cada uma varia bastante em relação aos pedidos de poda de árvore.
Os números mostram que a Subprefeitura da Casa Verde-Cachoeirinha, na zona norte, é aquela com o maior número de pedidos em aberto no período. Foram 413 solicitações e 340 constavam sem resposta, o equivalente a 8 em cada 10.
De forma geral, a zona norte tem 5 entre as 10 subprefeituras com o maior número de pedidos em aberto no 3º trimestre.
Entre os pouco mais de 10 mil chamados que constam como finalizados — ou seja, que foram analisados pela Prefeitura no período —, a média de tempo entre a solicitação e a resposta foi de 23 dias.
O que diz a Prefeitura
A Prefeitura afirmou que, ao longo dessa segunda-feira (6/11), foi montada uma força-tarefa que realizou a remoção de 172 árvores que caíram desde o temporal desse sexta, além de 367 galhos. A administração municipal, sob a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), atribuía a remoção de outras 125 árvores à necessidade de desligamento da rede elétrica por parte da Enel.
Durante o dia, o prefeito responsabilizou a Enel pelos pedidos de poda de árvore pendentes. “Para se ter uma ideia, temos mais de 3.600 solicitações de poda de árvores pendentes, porque a Enel não foi ainda desligar a rede elétrica para permitir os nossos trabalhos”, afirmou.
Nunes também disse que neste ano foi feita a poda de 150 mil árvores e a remoção de outras 10 mil que não estavam saudáveis.
Entre as árvores que caíram durante a tempestade, uma delas interrompia o fluxo de uma rua na Vila Mariana, zona sul da cidade, e deixava moradores sem energia elétrica 72 horas após ir ao chão e derrubar um poste.
A Enel apareceu no sábado (4/11), quando os troncos ainda estava sobre a rede. A subprefeitura da Vila Mariana surgiu no domingo (5/11), e apontou que a concessionária ainda não havia desenergizado os fios. Para os moradores, ficou clara a falta de coordenação nos trabalhos.