A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de 8 de janeiro ouve, nesta quinta-feira (17/8), o hacker Walter Delgatti Neto. A sessão comelou às 9h35.
A presença do “hacker da Vaza Jato” pode ser marcada pelo silêncio: isso porque, após solicitação da defesa de Delgatti, o Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu a ele o direito de não proferir sequer uma palavra.
Acompanhe ao vivo:
Depoimento à PF
A oitiva na CPMI ocorre um dia após o depoimento de Delgatti à Polícia Federal (PF), em Brasília. O hacker é investigado pela suposta inserção de dados falsos sobre o ministro Alexandre de Moraes, do STF, no Banco Nacional de Mandados de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Investigações apontam que Delgatti teria sido contratado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para prestar os serviços, que teriam o objetivo de beneficiá-lo nas eleições de 2022.
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A polícia também investiga se o hacker se reuniu com pessoas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no ano passado
Reprodução
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O hacker alega ter recebido um pagamento próximo de R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli
Reprodução/Redes sociais
Hacker Policia Federal
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Andre Borges/Esp. Metrópoles
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A parlamentar também teria articulado um encontro entre o então presidente e o hacker em agosto do ano passado, ocasião em que Bolsonaro o teria questionado sobre a possibilidade de violar as urnas eletrônicas.
Além de confirmar essas versões, já apresentadas anteriormente, o hacker apresentou à PF cópia de uma conversa com assessores da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) que comprovam o pagamento em torno de R$ 40 mil a ele.
Estratégia
A convocação de Delgatti foi solicitada por pelo menos seis parlamentares governistas que compõem a CPMI, como Rogério Correia (PT-MG), Duarte Jr. (PSB-MA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Henrique Vieira (PSol-RJ), Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e a relatora do colegiado, Eliziane Gama (PSD-MA).
A estratégia da ala governista na CPMI será questionar qual é a relação entre Delgatti e Bolsonaro. O objetivo é saber se o ex-presidente de fato contratou o hacker para tentar sabotar o sistema eletrônico de votação, além da invasão aos sistemas do CNJ.