Cerca de 10 casos de agressão contra médicos são registrados por mês no Distrito Federal. Apenas no primeiro semestre deste ano, foram 61 ocorrências do tipo. O número é maior do que o apresentado no mesmo período no ano passado, com 54 registros da violências. As informações são do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).
Além das agressões físicas, o conselho chamou a atenção para a quantidade de licenças médicas emitidas pelos profissionais na rede pública, em que o número total de atestados em 2022 foi 3 mil a mais do que o total de profissionais ativos na Secretaria de Saúde.
Segundo o CRM, foram emitidas 8.163 licenças entre os 5.094 profissionais da pasta, o que significa 1,6 atestados por médico. “O tratamento de transtornos mentais e comportamentais emergiu como uma das principais razões para o afastamento de profissionais de saúde”, informou o CRM. Médicos de 38 a 47 anos foram os que mais pediram afastamento.
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“Profissionais de saúde, tanto médicas quanto médicos, têm enfrentado desafios relacionados ao esgotamento profissional e se tornado vítimas de violência em seus locais de trabalho”, destacou o conselho.
Problema de Saúde
O caso não é apenas de médicos. Há um mês, o Metrópoles mostrou o caso de uma paciente da Unidade Básica de Saúde (UBS) 15 de Ceilândia que atacou técnicas de enfermagem e de laboratório com xixi e as ameaçou com uma faca. Câmeras de segurança registraram os ataques.
Veja a cena:
A mulher jogou urina nas profissionais e sacou arma branca da mochila. O ataque foi contido por um vigilante, e a agressora foi presa em flagrante pela Polícia Militar (PMDF).
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De acordo com as profissionais de saúde, a agressora estaria exaltada, alegando demora no atendimento. No entanto, havia outros pacientes na frente. A mulher teria arremessado urina e na sequência puxou a faca da bolsa. As vítimas relataram que ela disse: “Eu vou entrar e bater em vocês”.
SOS Médicos
Com o objetivo de oferecer suporte aos profissionais, o CRM criou o canal SOS Médicos, que para questões como agressão verbal ou física, assédio moral e sexual, ou situações que envolvam ordens de prisão no serviço.
Apesar da ferramenta, os atendimentos foram poucos comparados ao total registrado no ano. Segundo o CRM, desde a criação do canal em 2022, apenas 20 profissionais tiveram o apoio.
O canal é administrado pela assessoria jurídica da autarquia que acolhe esses médicos e orienta como devem proceder após sofrer qualquer tipo de violência.