O desembargador Airton Vieira, do Tribunal de Justiça de São Paulo, entrou com processo contra o jornalista Tiago Pavinatto na 31ª Vara Criminal de São Paulo, em Barra Funda.
A ação foi motivada por comentário feito pelo apresentador quando ainda trabalhava na Jovem Pan. Nele, Pavinatto lembrou uma decisão na qual o desembargador inocentou, da acusação de estupro, um fazendeiro de 76 anos que fez sexo com uma adolescente de 13 dentro de um caminhão.
Desembargador Airton Vieira, do TJSP
Desembargador Airton Vieira, do TJSP, processou Pavinatto
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desembargador Tiago Pavinatto fala sobre demissão da Jovem pan
Postagem de Pavinatto após demissão da Jovem Pan por fala sobre desembargador
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O jornalista Tiago Pavinatto
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Em trecho da sentença, Vieira afirmou: “Em determinadas ocasiões, podemos encontrar menores de 14 anos que aparentam ter mais idade. Mormente, nos casos em que eles se dedicam à prostituição, usam substâncias entorpecentes e ingerem bebidas alcoólicas, pois em tais casos é evidente que não só aparência física, como também a mental desses menores se destoará do comumente notado em pessoas de tenra idade”.
Após ler a decisão do desembargador, emendou Pavinatto:
“O que o CNJ [Conselho Nacional de Justiça] vai fazer com esse tarado?”.
Um colega de bancada, então, chamou Vieira de “vagabundo”. No que Pavinatto interveio: “Não se deve adjetivar ao comentar a notícia. Porque pode causar problemas chamar de vagabundo um magistrado que chama uma menina de 13 de vagabunda”.
Na ação movida por Airton Vieira, o desembargador se diz vítima do crime de calúnia.
Saída da Jovem Pan
Cerca de 30 minutos após o comentário de Pavinato, feito em 22 de agosto, a Jovem Pan determinou que o apresentador se retratasse no ar. O jornalista, então, afirmou:
“Eu não vou fazer uma retratação a uma pessoa que ganha dinheiro público, livra um pedófilo e ainda chama a vítima, de 13 anos de idade, de vagabunda”.
Na mesma noite, escreveu Pavinatto no X [antigo Twitter]: “Eu jamais, JAMAIS, pediria desculpas por me revoltar contra um desembargador que inocentou um pedófilo septuagenário argumentando que a criança estuprada era prostituta e drogada. Não fui demitido: disse, com paz de espírito, que preferia perder o contrato a perder a decência”.
Na ocasião, a emissora se manifestou por meio de nota. Disse que “o apresentador Tiago Pavinatto e o comentarista Rodolfo Mariz cometeram excessos em suas participações e recusaram a orientação de realizar, ao término do programa Linha de Frente, uma responsável retratação”.