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Com crises em série e Bolsonaro delatado, Tarcísio dribla a imprensa

São Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem evitado se expor a entrevistas coletivas há quase um mês, período em que sua gestão passou por ao menos duas crises e no qual a situação política de seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deteriorou-se. Dessa forma, Tarcísio vem conseguindo evitar ser questionado sobre esses temas.

A última vez que Tarcísio atendeu jornalistas da capital – onde estão os veículos de imprensa que fazem a cobertura nacional – foi no dia 29 de agosto, no centro da cidade. No dia 30, ele respondeu a perguntas de repórteres de Guarulhos, na Grande São Paulo.

No dia seguinte, veio à tona que o material didático que seu governo havia elaborado para alunos do 8º ano do ensino fundamental tinha erros graves, como dizer que a capital tinha praia e que a Lei Áurea havia sido assinada por Dom Pedro II. Depois da publicação da reportagem, Tarcísio nunca mais se expôs a perguntas na cidade.

O governador é o principal aliado de Bolsonaro no estado e apontado como herdeiro politico do ex-presidente, que está inelegível.

Ao evitar repórteres, Tarcísio vem conseguindo driblar perguntas sobre suas posições acerca, por exemplo, da delação premiada feita pelo tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de seu padrinho, que teria dado detalhes de crimes cometidos por Bolsonaro que vão do desvio de joias da Presidência à conspiração para dar um golpe de estado. Cid está solto desde o dia 9.

Tarcísio não se viu compelido a falar sobre o tema nem após hospedar Bolsonaro. O ex-presidente passou a semana retrasada internado na capital e ficou do dia 15 ao dia 18, após ter alta, como convidado de Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes.

Tarcísio, que apoia o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também se blindou de ter de se manifestar sobre a possível ruptura entre o prefeito e Bolsonaro, ao evitar as coletivas.

No âmbito de seu governo, afastado dos microfones, Tarcísio também escapou de ter de responder sobre temas como o recrudescimento da violência na Baixada Santista.


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A Polícia Militar passou 40 dias no litoral combatendo traficantes de drogas, em um confronto que matou 28 pessoas. Quadro dias após o fim da operação, durante o feriado prolongado de 7 de setembro, PMs passaram a ser executados na área, o que obrigou a corporação a retornar à região.

Em meio a todos esses acontecimentos, segundo nota da Secretaria de Comunicação enviada ao Metrópoles, Tarcísio só se submeteu ao escrutínio dos jornalistas em 14 de setembro, quando foi a Presidente Prudente, a 556 km da capital, e concedeu entrevista coletiva à imprensa local, depois de anunciar obras na região.

Do dia 30 até o momento, com exceção da entrevista em Presidente Prudente, Tarcísio optou por fazer apenas pronunciamentos sobre projetos de governo, sem responder a perguntas que não tivessem relação com o tema abordado por ele. Foi o que ocorreu nessa segunda-feira (25/9), quando Tarcísio apresentou um programa voltado ao empreendedorismo.

São nas entrevistas coletivas que governantes são submetidos ao escrutínio da imprensa: além de indagar sobre o assunto para o qual a coletiva foi convocada, os jornalistas aproveitam o momento para perguntar a respeito de outros acontecimentos relevantes.

O que diz o governo

O Palácio dos Bandeirantes foi questionado sobre os dribles do governador na imprensa e enviou uma nota:

“O diálogo com veículos e o atendimento à imprensa faz parte da rotina do governador Tarcísio de Freitas e dos secretários, como pode ser verificado nas entrevistas disponibilizadas diariamente em veículos de comunicação de todo o estado e nos canais de comunicação do governo de São Paulo. Além disso, informações à população e imprensa são disponibilizadas continuamente por materiais divulgados pelo governo do Estado.”

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