O ex-presidente Jair Bolsonaro foi avisado por telefone por um de seus advogados sobre a operação da PF assim que as primeiras notícias começaram a circular. Ao ser informado, reclamou de perseguição política, argumentando que o setor de informações durante o seu governo “nunca funcionou”, segundo relato de aliados.
Bolsonaro estava a caminho do aeroporto. Ele cumpre nesta sexta (20), agenda política organizada pelo PL em Belém ao lado de sua mulher, Michelle.
O entorno de Bolsonaro também reforça, nos bastidores, o tom de que a operação da PF mirando monitoramentos ilegais feitos pela Abin tem fundo político.
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Ainda assim, o time jurídico do ex-presidente já ensaia argumentações para blindar Bolsonaro. Uma delas é o fato de que a compra desse sistema não foi feita durante o governo passado, mas durante a gestão de Michel Temer.
O programa espião chama-se FirstMile. A ferramenta teria sido utilizada de forma irregular entre dezembro de 2018, quando foi adquirida, até 2021, momento no qual deixou de ser utilizada pela Abin. Segundo a PF, o monitoramento ilegal ocorreu com mais intensidade neste último ano, pouco antes da pré-campanha para as eleições municipais.
A PF deflagrou uma operação mirando servidores que usaram o sistema ilegalmente. De acordo com os investigadores, adversários políticos de Bolsonaro, jornalistas e até ministros do STF estavam entre os alvos do monitoramento ilegal realizado por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Este conteúdo foi originalmente publicado em Bolsonaro foi avisado logo cedo de operação da PF e reclamou de “perseguição política” no site CNN Brasil.