Um dia após vir à tona a denúncia de que o deputado Felipe Carreras, líder do PSB, teria pedido propina para proteger o presidente de uma associação na CPI das Apostas, a produtora de que Carreras é sócio organizou um festival patrocinado pela PixBet.
Segundo o jornalista Daniel Pereira, o presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias, Wesley Cardia, levou ao governo a denúncia de que recebeu um pedido de propina de R$ 35 milhões de Carreras em troca de proteção. O deputado nega.
A denúncia foi publicada na última sexta-feira (22/9). No final de semana seguinte, houve o Samba Recife, um megaevento organizado pela produtora Festa Cheia, de Carreras, com o patrocínio da PixBet, uma das maiores empresas do setor.
A coluna mostrou recentemente que Carreras se encontrou à noite em Brasília com Ernildo Júnior de Farias, um dos sócios da PixBet.
A proximidade de Carreras com empresas de apostas tem sido questionada por integrantes da CPI e, depois de sexta-feira, alguns, como Wellington Roberto, do PL, defendiam a continuidade dos trabalhos da comissão para investigar o suposto pedido de propina.
Nesta terça-feira (26/9), estava prevista a leitura do relatório, o que acabou não acontecendo. O prazo da CPI se encerrou sem chegar a nenhum resultado. Farias, dono da PixBet, um dos convocados pela CPI, nunca teve que depor.
“Não foi uma sessão de CPI, foi uma aula para virar pizzaiolo”, disse Wellington Roberto à coluna.
Procurado, Carreras afirmou que está licenciado da empresa e não participou de nenhuma negociação de patrocínio. “Estou licenciado da direção da empresa citada, como manda a legislação. Não participei de qualquer negociação de patrocínio, mas sei que foram fechados muito antes do início dos trabalhos da CPI. É difícil hoje existir um evento, sobretudo com grande público, que não seja patrocinado por empresas de BETs. O evento citado ocorre há 19 anos e é considerado o maior do Brasil”. Carreras voltou a negar qualquer pedido de propina: “Boatos maldosos”.