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Aeroporto de Guarulhos tem 99 afegãos acampados à espera de abrigo

São Paulo – O número de refugiados afegãos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, voltou a crescer na última semana. Segundo a Prefeitura de Guarulhos, 99 pessoas estavam acampadas nos corredores do local neste domingo (13/8).

A Organização de Resgate de Refugiados Afegãos (ARRO, na sigla em inglês) afirma que o grupo é formado por 12 famílias, com 32 crianças, e 25 homens solteiros.

O Metrópoles questionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) sobre o encaminhamento dos afegãos para abrigos.

Em nota, a pasta disse que realiza o acolhimento na medida em que surgem novas vagas e afirmou que pode haver atraso no atendimento porque não é possível prever quando os afegãos chegarão ao aeroporto.

Entre janeiro de 2022 e abril deste ano, mais de 6 mil afegãos desembarcaram no Brasil em busca de refúgio, segundo dados do Sistema de Tráfego Internacional da Polícia Federal.

A chegada dos imigrantes se acentuou desde que o governo federal passou a conceder visto humanitário para essa população em setembro de 2021, depois que o Talibã tomou o poder no Afeganistão.

O grupo extremista proibiu mulheres de frequentarem o ensino superior e fechou escolas, e o país vive um colapso no sistema de saúde e na economia de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

A intensificação do fluxo migratório no Brasil lotou as vagas de acolhimento em abrigos para refugiados e os afegãos passaram a dormir nos corredores do Aeroporto Internacional de São Paulo à espera do encaminhamento para abrigos.

Em junho deste ano, a situação atingiu um dos momentos mais graves, quando um surto de sarna afetou dezenas de imigrantes que dormiam no local.

Depois disso, o governo federal, em parceria com a gestão estadual e as prefeituras de Guarulhos e Praia Grande, articulou a transferência dos afegãos para a Colônia de Férias do Sindicato dos Químicos em Praia Grande, no litoral paulista.


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A ideia era que o abrigo fosse temporário e que uma solução duradoura para o acolhimento fosse apresentada. Apesar disso, o grupo transferido para a Praia Grande continua até agora no prédio do sindicato e já não há mais vagas no local.

Em nota ao Metrópoles, o MJSP afirma que o governo federal está “finalizando um plano de ação de médio prazo que viabilizará os acolhimentos”.

Doações prejudicadas

Enquanto uma solução definitiva para os acolhimentos não é apresentada, os novos grupos de estrangeiros que chegam ao aeroporto contam com doações de colchonetes e cobertores para não dormir no chão.


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A voluntária Ana Paula Pinhati Oliveira participa de duas organizações que auxiliam os refugiados, a ARRO e o Coletivo Frente Afegã, e afirma que as entidades têm sido proibidas de estocar doações no aeroporto.

Ela diz que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), notificou a GRU Airport, concessionária que administra o espaço, solicitando a retirada dos colchonetes e cobertores deixados para os afegãos.

“A gente foi ‘convidado’ a tirar as nossas coisas ou elas seriam jogadas fora”, afirma Ana Paula.

Em nota, a GRU Airport diz que recebeu a notificação da Anvisa no início de agosto e tem cumprido com a solicitação.

O Metrópoles questionou a agência sobre o caso, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

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