São Paulo – Completou 10 anos uma ação de improbidade administrativa contra o deputado estadual Edmir Chedid (União), da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em razão de supostas contratações irregulares de empresas de ônibus da família do parlamentar pela Prefeitura de São Luiz do Paraitinga, na região do Vale do Paraíba, em São Paulo.
À época dos fatos mencionados pelo Ministério Público (MPSP), o prefeito da cidade era um ex-motorista de longa data do parlamentar e foi acusado de beneficiar as empresas do aliado político com contratos emergenciais. Há mais de dois anos, acusados pedem extinção do processo em razão da prescrição.
Na peça de 120 páginas, o MPSP afirmou que o então prefeito Alex Euzébio Torres (PR) contratou para serviço de transporte escolar com irregular dispensa de licitação uma empresa ligada a um ex-diretor de almoxarifado da Prefeitura e a Expresso Fênix, que tinha Edmir Chedid como sócio.
“Alex Euzébio Torres já tinha planos para substituir a empresa prestadora do serviço público de transporte de passageiros no Município logo no início de sua gestão, com o objetivo de cumprir uma promessa anteriormente assumida com seu padrinho político Edmir José Abid Chedid, em retribuição do apoio político e, provavelmente também financeiro, recebido em sua campanha.”, afirmou o MP.
Alex Euzébio teve sua carreira alçada pelo parlamentar. Antes de entrar para a política, foi motorista da Assembleia Legislativa entre 2005 e 2012, ano em que foi eleito, e atendia ao gabinete de Chedid. Em razão do escândalo dos transportes, a Câmara Municipal chegou a cassar seu mandato em 2015.
Dez anos se passaram e o processo não tem conclusão. O processo só foi extinto para o ex-prefeito de Bragança Paulista, Jesus Chedid, pai de Edmir, porque ele faleceu em 2022. O deputado e outros acusados têm pedido a extinção desde 2021, quando a lei de improbidade foi alterada no Congresso e passou a permitir a contagem do prazo de prescrição para quatro anos a partir do oferecimento da ação.
O Metrópoles entrou em contato com a defesa de Chedid. O espaço está aberto para manifestação. A reportagem não localizou a defesa de Alex Euzébio.