fbpx
Home / Notícias / O que sabemos sobre o conteúdo da delação de Mauro Cid até agora

O que sabemos sobre o conteúdo da delação de Mauro Cid até agora

Em delação premiada, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid afirmou à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente teria se reunido com a cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica após o resultado das eleições de 2022 para discutir detalhes de um possível golpe para não deixar o poder.

A informação confirmada pela CNN foi revelada primeiramente por O Globo e UOL.

Entenda o que sabemos até agora sobre o conteúdo da delação premiada de Cid, que prestou mais de 24 horas de depoimento à PF.

Leia mais

Saiba quem é Almir Garnier, comandante da Marinha no governo Bolsonaro que teria aceitado dar golpe

Militares defendem punição contra quem se envolveu com tentativa de golpe, dizem fontes

Cúpula militar relata pressão para que comandante do Exército aderisse ao golpe

Bolsonaro teria recebido minuta golpista

Segundo Cid, Bolsonaro recebeu em mãos uma minuta – o rascunho de um documento – com teor golpista.

A Polícia Federal ainda investiga se o documento entregue ao gabinete de Jair Bolsonaro se trata do mesmo que foi encontrado durante busca e apreensão na residência do ex-ministro Anderson Torres.

A “minuta do golpe” seria uma proposta de decreto para que Bolsonaro instaurasse estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enquanto ainda era presidente.

O estado de defesa está previsto no artigo 136 da Constituição Federal e permite que o presidente intervenha em “locais restritos e determinados” para “reservar ou prontamente restabelecer a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza”.

O texto teria como objetivo reverter o resultado da eleição presidencial de 2022, da qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso.

Bolsonaro teria discutido possibilidade de golpe com Forças Armadas

Após receber a minuta golpista, Cid disse que Jair Bolsonaro convocou uma reunião com a cúpula das Forças Armadas.

No encontro, representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica teriam sido consultados sobre a possibilidade de uma intervenção militar para que o então presidente não deixasse o poder mesmo após ter perdido as eleições.

Marinha teria aceitado golpe de Estado, mas Exército teria sido contra

Ainda segundo Mauro Cid, a cúpula da Marinha teria embarcado na proposta de golpe de Estado e respondido que as tropas estavam prontas para agir, apenas aguardando as ordens de Bolsonaro.

No entanto, o comando do Exército não teria aceitado o plano e teria se recusado a agir.

O que dizem as defesas?

Em nota, a defesa de Mauro Cid cita as matérias da imprensa sobre “possíveis reuniões com a cúpula militar para avaliar golpe no país” e afirma que “não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa mesma razão não confirma seu conteúdo”.

Os advogados de defesa de Jair Bolsonaro (PL) emitiram um comunicado alegando que o ex-presidente “jamais compactuou” com qualquer movimento ilegal. Eles afirmam que o ex-presidente “durante todo o seu governo jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal”.

A defesa ainda alega que Bolsonaro “jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o Estado Democrático de Direito”.

Por fim, os advogados afirmaram que vão adotar “medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça, e que a defesa sequer ainda teve acesso”.

A Marinha do Brasil divulgou uma nota à imprensa esclarecendo que “não teve acesso ao conteúdo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid” e “não se manifesta sobre processos investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário”.

No comunicado, a Marinha ainda reafirma que “pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”. E reitera que “eventuais atos e opiniões individuais não representam o posicionamento oficial da Força e que permanece à disposição da justiça para contribuir integralmente com as investigações”.

CNN também entrou em contato com Exército e Aeronáutica, mas ainda não teve retorno.

Veja também: Bolsonaro reúne QG e avalia confronto com Mauro Cid

*Publicado por Fernanda Pinotti, com informações de Gustavo Uribe e Elijonas Maia, da CNN

Este conteúdo foi originalmente publicado em O que sabemos sobre o conteúdo da delação de Mauro Cid até agora no site CNN Brasil.

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *