O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, repudiou o ataque terrorista que levou ao assassinato do candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio, nessa quarta-feira (9/8). Ao abrir a sessão de julgamentos da Corte, nesta quinta-feira (10/8), Moraes afirmou: “Em nome da Justiça Eleitoral brasileira manifesto profundo pesar pelo ataque terrorista à democracia do Equador, com o brutal assassinato de Fernando Villavicencio”.
O ministro ressaltou acreditar que “o respeito às leis e ao Estado Democrático de Direto prevalecerão com a garantia absoluta do exercício da cidadania nas eleições do próximo dia 20 de agosto”.
Candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio em campanha
Hospital onde o candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio chegou a ser atendido após atentado
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Em seguida, repudiou qualquer “ato que ponha em risco o legítimo processo eleitoral que assegure ao cidadão o direito de escolher livremente os seus legítimos representantes. Expressamos nossas condolências à família do candidato e ao povo equatoriano”.
Moraes conduziu o processo eleitoral brasileiro, em 2022, com pulso firme e tem sido defensor da garantia da escolha democrática dos representantes políticos.
Assassinato
A poucos dias das eleições no Equador, Villavicencio foi assassinado a tiros em Quito, capital do país. O candidato fazia um comício político em uma escola na capital equatoriana, quando foi atingido pelos disparos. O local estava lotado por apoiadores.
Na última segunda-feira (6/8), funcionários do Conselho Nacional Eleitoral divulgaram que estavam recebendo ameaças de morte, entre eles a presidente da instituição, Diana Atamaint.
Três dias depois, Villavicencio morreu assassinado. O grupo criminoso Los Lobos, a segunda maior do Equador, reivindicou a morte do candidato.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o Los Lobos assume a autoria do crime e também ameaça outros políticos, como o presidenciável e economista Jan Topic. Nas imagens, é possível observar vários homens encapuzados e armados.
“Toda vez que políticos corruptos não cumprirem suas promessas quando receberem nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, serão dispensados. Você também, Jan Topic, mantenha sua palavra. Se você não cumprir suas promessas, você será o próximo”, anunciou o grupo de homens.
O atual presidente do Equador, Guillermo Lasso, afirmou, por meio das redes sociais, que o gabinete de segurança irá se reunir para dar uma resposta ao assassinato. “O crime organizado chegou muito longe, mas o peso da lei vai cair neles”, escreveu.