Interessa às Forças Armadas que “providências sejam tomadas” a respeito da delação do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal, disse, nesta segunda-feira (25), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
O ministro considerou que as revelações provocam um “constrangimento grande”: “O Brasil inteiro torce para que isso acabe, os culpados sejam punidos e os inocentes que estão na lista de suspeitos deixem de ser suspeitos”.
Cid relatou às autoridades que, antes do final de seu mandato, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com a cúpula da Aeronáutica, do Exército e da Marinha para discutir detalhes de um plano de golpe que o manteria no poder. As instituições estão sob o guarda-chuva da pasta de Múcio.
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Múcio ressaltou não ter informações da delação do tenente-coronel além do que é publicado pela imprensa, mas alegou que a postura da pasta é de “absoluta colaboração” com as investigações.
Suposta adesão da Marinha
À PF, Mauro Cid disse que o representante da Marinha no suposto encontro, almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da corporação, teria colocado suas tropas à disposição para a proposta de Bolsonaro.
Segundo o ministro, Garnier “tem consciência de que seu depoimento é necessário para a Justiça”.
Em caso de comprovação da reunião, tanto os comandantes militares presentes quanto o ex-presidente poderão ter suas condutas apuradas pelas autoridades e ser formalmente acusados.
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