O comandante do Exército, general Tomás Paiva, disse à CNN que as Forças Armadas não existem para dar golpe de Estado e que é preciso diferenciar a instituição dos indivíduos.
“A inexistência do golpe é um dever. Não existe essa possibilidade constitucional. Isso tem que ser tratado como coisa inexequível. A gente tem que caminhar para que isso não seja parte de qualquer possibilidade”, disse à CNN. “As Forças Armadas não existem para dar golpe. Isso está fora do texto constitucional.”
Ele também afirmou que “não houve golpe porque era nossa obrigação garantir a transição” de Bolsonaro para Lula (PT) após as eleições. “O que o Exército fez foi cumprir a lei”, complementou.
Leia também
Bolsonaro negou em diversas declarações ter conhecimento de minuta golpista
Saiba quem é Almir Garnier, comandante da Marinha no governo Bolsonaro que teria aceitado dar golpe
General Heleno nega ter participado de reunião para discutir plano de golpe
Para Paiva, é preciso afastar o temor de que a democracia está em risco. “Isso não pode nunca acontecer.”
Segundo ele, esse pensamento sempre foi defendido pelo Alto Comando do Exército. “A gente sempre defendeu essa ideia. Em nenhum momento a gente raciocinou a fazer qualquer tipo de coisa. E quem expressou sempre isso após a eleição foi o então comandante Freire Gomes.”
Paiva disse também ser importante diferenciar a instituição Exército dos seus indivíduos. “Tem que delimitar. Isso é fundamental. Quem fala pelo Exército é o comandante. O Alto Comando, inclusive, é um órgão deliberativo. Quem decide é o comandante.”
Questionado se ocorrerão punições a oficiais envolvidos na trama golpista, ele disse que a legislação exige que as punições ocorram apenas após as conclusões da Justiça. “Tem que esperar o que está sendo apurado pela Justiça.”
Vídeo — Golpe não aconteceu e Bolsonaro fez consulta, dizem aliados
Este conteúdo foi originalmente publicado em Forças Armadas não existem para dar golpe, diz comandante do Exército à CNN no site CNN Brasil.