O ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara ficou em silêncio em depoimento prestado, nesta quinta-feira (31), à Polícia Federal sobre o caso das joias sauditas.
A CNN teve acesso ao termo de declaração dele, que é coronel do Exército e considerado pelos investigadores uma figura central no esquema de extravio e venda de joias recebidas pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ele não respondeu às perguntas por entender que a investigação não deveria estar tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF), e que deveria ter sido deslocada para outro foro.
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O entendimento se baseia em manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que entende que o processo do caso das joias deveria tramitar na primeira instância da Justiça Federal.
Segundo seu advogado, Eduardo Kuntz, Câmara “se resguardou ao direito de apenas se manifestar na esfera competente” para apurar os fatos. “Ele está absolutamente à disposição”, afirmou.
Diante disso, as perguntas que a PF preparou para Câmara deixaram de ser feitas.
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A CNN teve acesso ao documento no qual os advogados alegam que a Procuradoria Geral da República (PGR) não reconheceu a competência no Supremo Tribunal Federal (STF) neste caso.
“No pleno exercício de seus direitos e respeitando as garantias constitucionais que lhes são asseguradas, optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos ora apurados”, disse um trecho da petição.
O documento ressalta ainda que Bolsonaro já depôs sobre o assunto no inquérito, que tramita em Guarulhos.
“Os peticionários optam, a partir deste momento, por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que estejam diante de um Juiz Natural competente”, segue o documento.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro fica em silêncio em depoimento à PF e alega incompetência do STF em caso das joias no site CNN Brasil.