Desde 11 de março o DF vem experimentando diferentes rotinas, editados pelo governador Ibaneis Rocha. Já são duas reedições após o 1º Decreto. O DF juntamente com RJ e SP, vem buscando ser protagonistas no combate ao vírus, talvez por que sejam os estados com mais vocações econômicas e políticas.
Não estou aqui querendo menosprezar os efeitos do vírus, ou daqueles que o tem. Mas pensar com você o impacto e o contexto em que tudo isso acontece. Vamos começar do começo.
Origem do Vírus
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China. Provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19).
Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1…
Se você tiver algum pet, como gato ou cachorro, você verá que, no cartão de vacinas, tem uma vacina para o coronavírus. Esta doença sofreu mutação para humanos, seja laboratorial ou alimentar, lá na China, e isso é um ponto que não pode ter divergência, porque jé está comprovado.
O Vírus pelo Mundo
Em novembro de 2019, o Coronavirus surgiu na cidade de Wuhan, mas devido a ditadura chinesa controlar a informação, apenas em dezembro o mundo tomou conhecimento, mas já era tarde.
No dia 30 de dezembro, Dr. Li Wenliang foi um dos primeiros a alertar seus compatriotas do novo vírus corona. A polícia o silenciou, chamando-o de “propagador de boatos”. Três dias depois, o médico foi forçado a assinar uma advertência de que seu comportamento era “ilegal”. Então Li ficou doente com a doença pulmonar. O médico morreu na noite de sexta-feira, horário local em Wuhan.
“Numa sociedade saudável, não deveria haver apenas um tipo de voz” Dr. Li Wenliang
O Comunicado vetado
Um espetáculo irreal aconteceu on-line por horas: o Global Times, fiel ao partido, relatou a morte de Li por volta das vinte duas e trinta. Milhões de chineses expressaram seu choque. A Organização Mundial da Saúde expressou suas condolências no Twitter. Então se espalhou a notícia de que Li ainda estava vivo. Depois da meia-noite, os repórteres informaram que Li faleceu às 00:04 da manhã. O Hospital Wuhan Xinhua negou. Finalmente, as autoridades informaram que Li Wenliang morreu às 2:58 da manhã.
Mas é assim que o desastre é perfeito para o governo de Pequim: nas últimas semanas, o oftalmologista de 34 anos Li havia se tornado um ícone. Em 30 de dezembro de 2019, ele alertou em um grupo de bate-papo sobre um novo patógeno. A polícia foi vê-lo em casa à noite e disse para ele ficar calado. No final de janeiro, Li testou positivo para o vírus corona de 2019 nCoV. Sua esposa está esperando um segundo filho. Ela também foi infectada nesse meio tempo. Os pais dele também. Li é uma das mortes mais jovens da epidemia. A maioria dos mortos é muito mais velha e teve doenças anteriores. Não se sabe se houve complicações com a doença de Li.
A sociedade chinesa está unida agora, em luto pela sua morte, do que há muitos anos. Dificilmente alguém deixa seu destino intocado. Li não era um dissidente, nenhum intelectual ou artista perturbado, nem Uigure numa Xinjiang distante. Mas um jovem oftalmologista de alto nível, chinês han da classe média, e também de boa aparência. Li não estava à parte da sociedade convencional, mas bem no meio. Li é o mártir ideal.
Tarde demais ou tudo faz parte de um plano?
Uma comissão de investigação oficial do governo chinês censurou a polícia de Wuhan por ter advertido o médico. Segundo a Comissão de Controle da Disciplina, os policiais atuaram de forma “inapropriada” e a responsabilidade dos responsáveis deverá ser estabelecida. Li, que morreu em razão da Covid-19 no dia 6 de fevereiro, foi um dos primeiros a chamar atenção para a gravidade da então misteriosa doença.
Com 45 dias de atraso e já com a doenças se alastrando em pleno inverno chinês, ficou insustentável para a China segurar a informação então o pânico e pavor começou a ser difundido, através de medidas de contenção como quarentenas, fechamentos de rodovias, portos, aeroportos, e tudo que pudesse ter aglomeração de pessoas.
Uma série de informações desencontradas foram difundidas e o mundo entrou em alerta e pânico. Asia, Oceania, Europa foram os primeiros continentes a serem afetados tendo um número relativamente alto no mês corrente. Nas Américas, chegou em meados de fevereiro e hoje já encontra-se em todos os continentes. Veja a evolução em tempo real.
Chegada do Vírus ao Brasil
Em meio a uma guerra política no Brasil, que vem se travando desde a eleição do Presidente Bolsonaro em 2018, em que políticos, imprensa e alguns setores tentam de qualquer forma sucumbi-lo do poder e ele sem reservas se defendendo dia e noite; chega o COVID-19 no Brasil.
A Busca dos Brasileiros em Wuhan
Em 5 de fevereiro o governo brasileiro envia dois aviões VC-2 que têm capacidade para 30 passageiros cada. Acompanharam a decolagem o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o Comandante da Aeronáutica, Tenente Bridadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez. A missão foi seguida de 11 tripulantes e 7 médicos. Foram trazidos da China 34 brasileiros. Os brasileiros repatriados e a tripulação envolvida na viagem ficaram em quarentena da 18 dias, na base aérea de Anápolis/GO, sob um protocolo de emergência por cores.
Cenário Político
Mesmo em clima de conflitos, divergências entre os poderes judiciário, legislativo e executivo o vírus foi se acomodando, por que é natural que ele chegasse. No congresso, o fatiamento de bilhões no orçamento; nos estados problemas sanitários e com instituições; o desafio de zerar o ICMS proposto por Bolsonaro aos governadores; as acusações de que o presidente mandou matar Marielle… No meio de tudo o “maravilhoso” carnaval, que os estados não abrem mão.
Ô abre alas, que eu quero passar!
O pós-carta veio seguido do carnaval, que começou dia 18 de fevereiro e iria até 1º de março. Com o carnaval em andamento, muitos turistas chegando, a economia movimentando o Coronavírus ficou esquecido pelos preocupados políticos e emissoras de TV. Todos comemoravam os mais de 2 milhões de turistas que vieram para o Brasil, participar do Carnaval brasileiro. As redes sociais se manifestaram, alertando que o Carnaval seria um ambiente propício para a proliferação do vírus. Mas segue o trio elétrico.
O Carnaval 2020, rendeu à economia do Brasil, segundo o Ministério do Turismo, cerca de 8 bilhões de reais. Sob esse contexto os vetos presidenciais no Orçamento, incomodava congressistas e dia 19 de fevereiro flagrado em áudio privado, ministro reclama do Parlamento por tentar avançar no controle do orçamento. Heleno diz que não aguenta mais “esses caras chantagearem o executivo”. Maia reage e chama general da reserva de “radical ideológico”. Começa mais um capítulo da briga entre poderes e as Redes Sociais, convocam manifestações para 15 de março, em apoio ao governo Bolsonaro e Fora Maia e Alcolumbre.
Veto 52 e Manifestações de 15 de março
Desde esse embrólio se fortaleceu a idéia de que o governo precisava continuar sendo apoiado mediante a tentativa do legislativo também querer ser executivo. Redes Sociais fervendo, parlamentares em pé de guerra com o governo e a grande mídia malhando dia e noite sobre a incompetência de Bolsonaro em propor trocar 30 bi por 15 bi, em proposta de orçamento ao Congresso, o que foi negado pelo presidente.
Clama-se agora pela manutenção dos vetos presidenciais e o Veto52 foi então potencializado. Esse veto caso fosse derrubado, tiraria do executivo sua prerrogativa de executar grande parte do orçamento, então isso seria interferência no poder executivo.
Segue a folia! Nas ruas do Brasil, nas Redes Sociais e no palco político. Convocação feita para 15 de março e pressão sob o Congresso.
Coronavírus chega ao Brasil
Homem de 61 anos, que mora em São Paulo, fez viagem para a Itália entre 9 e 21 de fevereiro. Dois testes deram positivo para infecção. Família está em observação. Dia 25 ficou confirmado sua infecção e sua família e mais 30 pessoas ficaram imediatamente em quarentena.
Enquanto os brasileiros que estavam em Wuhan e foram repatriados pelo governo sob todos os cuidados, nenhum deles desenvolveram a doença.
Essa é mais uma gripe que o mundo vai ter que atravessar. O mundo não tem fronteiras. Não tem como parar uma pessoa em um lugar. Como todo vírus, a medida de melhor controle é por etapas, é termos agilidade [no diagnóstico]”, afirmou Mandetta. “O sistema [de saúde] brasileiro fez tudo com muita agilidade.” O ministro reforçou que há pacientes assintomáticos que transmitem a doença, e não há eficácia na testagem de temperaturas, por exemplo.
Já passamos por epidemias respiratórias graves, como a H1N1. (…) Vamos passar por essa situação investindo em soluções, ciência e informação. [A recomendação é] Higiene, evitar aglomerações desnecessárias, cuidados de etiqueta respiratória, o brasileiro precisa aumentar o número de vezes que lava a mão”, afirmou Mandetta.
Dia 3 de março o Ministério da Saúde anuncia a produção de 30 milhões de testes para diagnósticos do novo Coranavírus. Dia 4 distribuiu 10 milhões de testes que foram distribuídos por região, sendo devidamente capacitados os agentes de saúde.
Mantido o Veto52
Dia 4 de março e em votação conjunta o congresso resolveu manter o Veto52, mas segundo os congressistas, o veto seria mantido de qualquer jeito, até porque o executivo havia mandado 3 PLs, que viabilizaria com recursos os parlamentares para atuação junto as suas bases. O executivo negou disse que não era bem assim.
Passado essa votação e não cessando a vontade popular de manter o 15 de março para as grandes manifestações que ganhavam mais força, os políticos e a mídia, além de dizerem que o presidente estava convocando as maniferstações; tiraram da manga o COVID-19, e a forte campanha de combate ao vírus começou. Pânico, pavor e medo 24h por dia, e o apelo mais forte era, evite aglomerações.
Essa era a recomendação política e televisiva após a aprovação do Veto52 e da manutenção das manifestação. No entanto, muitos eventos continuaram a acontecer país a fora, com grande aglomeração como foi o caso do lançamento da CNN Brasil, no dia 9 de março em São Paulo.
Dois dias após esse evento, OMS decreta pandemia do novo coronavírus. O aumento no número de casos de coronavírus e a disseminação global resultaram na decisão da OMS.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que vivemos uma pandemia do novo coronavírus, chamado de Sars-Cov-2. “Nas últimas duas semanas, o número de casos de Covid-19 [doença provocada pelo vírus] fora da China aumentou 13 vezes e a quantidade de países afetados triplicou. Temos mais de 118 mil infecções em 114 nações, sendo que 4 291 pessoas morreram”, justificou Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
Nesse mesmo dia o Governador Ibaneis Rocha do Distrito Federal, é o primeiro a editar Decreto de Quarentena. Desde então já são 3 edições (12 dias de quarentena) e que vai até 5 de abril.
Pronunciamento do Presidente Bolsonaro
No dia 12 de março, em sua tradicional Live e também em pronunciamento oficial em rede de TV e Rádio, o presidente Bolsonaro, comunica a nação, as providências que o governo tomara e tranquiliza a todos. Na live com o Ministro Mandeta, o presidente se dirige a nação e reforçam que a principal preocupação do governo é conter a expansão do contágio do coronavírus, que pode sobrecarregar o sistema público de saúde. “A gente sabe que vai levar um tempo que as pessoas terão resfriado, gripes. Quando muita gente, ao mesmo tempo, pega o vírus, os idosos que complicam, ao mesmo tempo, vão para o hospital”, explicou o ministro.
O presidente pede em Rede Nacional que os movimentos repensem as manifestações marcadas para 15 de março, em virtude do vírus já presente em nossa nação. Bolsonaro reconhece o clamor do povo e sua legitimidade e reforça não ter convocado as manifestações, como anunciou a mídia e os políticos opositores o tempo todo.
Apesar dessa atitude e de alguns movimentos terem revisto a data, o povo subiu nas redes sociais a hasteg #desculpajairmaiseuvou, ficando esta no topo da rede. Mesmo sob decreto o Brasil se mobilizou e foi as ruas de ponta a ponta do pais. O verde amarelo mais uma vez foi exaltado, e frases de ordem como: Apoio a Bolsonaro; Prisão em 2ª Instância; Pacote Anticrime; Fora Maia; Fora Alcolumbre e Fora Toffoli… foram empunhadas pelos manifestantes.
Coronavirus no Planalto
Após viagem aos Estados Unidos da América, a comitiva presidencial foi submetida ao exame do COVID-19. O Secretário de comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten, tem confirmação de está com coronavírus. O integrante do Executivo fez exame para a Covid-19 no Hospital Albert Einstein e o resultado deu positivo. O secretário viajou aos Estados Unidos, nesta semana, junto com o presidente Jair Bolsonaro.
A viagem aos Estados Unidos ocorreu entre o último sábado (7/3) e terca-feira (10/3). A comitiva do presidente Bolsonaro se encontrou com empresários e com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Bolsonaro tinha uma viagem marcada para o Rio Grande do Norte na quinta-feira (12/3), mas o compromisso foi cancelado. O Planalto não informou o motivo da suspensão deste compromisso na agenda. No entanto, nos bastidores, interlocutores afirmam que se trata de temor pela saúde de Bolsonaro em meio a pandemia que atinge 114 países.
Dia 13 o resultado do presidente deu negativo para o COVID-19. Ele submeteu-se ao exame após confirmação de caso na Comitiva presidencial. Nesse mesmo dia, fez novo exame e aguardava a contra-prova.
15 de março. Dia de Manifestações
Dia 15 de março tudo estava normal com as manifestações, até que Bolsonaro foi ao encontro dos manifestantes em frente ao Palácio do Plantalto. Tirou fotos, cumprimentou, carregou bandeira e até chutou um pichuleco. Como ainda aguarda a contra-prova, daí em diante Bolsonaro passou a ser alvo cotidiano, como promotor e propagador do vírus no Brasil. Presidente irresponsável e que não ama seu povo. Merecedor de um impeachment por atentar contra a saúde pública.
Bolsonaro segue firme. Anuncia medidas. Critica governadores por impor decretos em áreas que são de domínio federal, como portos, aeroportos e rodovias.
Com essa cronologia posta, você leitor pode tirar suas conclusões quanto ao momento que nosso país vive. De fato o vírus é real e não podemos vê-lo, então cabe a nós tomar nossos cuidados e também com aqueles que amamos.
Acho que não devemos transgredir as ordens das autoridades, mas não podemos ser ignorantes e não avaliar onde estão as verdadeiras intensões de tantas medidas duras e desarticuladas.
Quando a dose do remédio é maior que a doença do paciente, os efeitos colaterais são inevitáveis e as sequelas podem ser irreversíveis. No momento que saíamos da recessão, corremos o risco de entrar numa depressão, devido a decisões isoladas e egoístas de governos estaduais em detrimento a nação. A fatura vai chegar. Quem vai pagar?
“A cura está ligada ao tempo e às vezes também às circunstâncias”. Hipócrates
Reunião de Crise
Em reunião com Bolsonaro, empresários relatam impactos da crise. Representantes de diversos setores levaram pleitos e ofereceram ajuda para o combate da epidemia de coronavírus no Brasil.
Em reunão inédita na sexta-feira (20), o presidente, em vídeo conferência, reuniu com empresários de diversos setores da economia. Participaram da reunião com o Presidente Bolsonaro, os ministros Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, e Walter Braga Netto, da Casa Civil.
O presidente voltou a reclamar de medidas tomadas por governadores contra a pandemia do coronavírus e disse que decisões como a de fechar aeroportos ou estradas nas divisas entre os Estados “não procedem”, levam pânico à população e podem provocar um colapso do setor produtivo.