O presidente da CPI das Pirâmides Financeiras, Aureo Ribeiro, suspeita de fraudes no processo de recuperação judicial apresentado pela 123Milhas à Justiça de Minas Gerais. Ribeiro afirmou também que o colegiado ouvirá empresas aéreas e pedirá que a Câmara prorrogue os trabalhos da comissão, que se encerram no fim do mês.
“Nos documentos da recuperação judicial, a 123Milhas vinha com um fluxo de caixa muito diferente do que informou à CPI. Podemos comprovar uma fraude. Eles dizem que são intermediadores de milhas, mas sabemos que não são, são compradores. Ao mesmo tempo, colocam as milhas como ativo da empresa”, afirmou Ribeiro.
A Justiça aceitou a recuperação judicial da 123Milhas no último dia 31. Duas semanas antes, a companhia havia anunciado o cancelamento da emissão de passagens promocionais, afetando viagens marcadas entre setembro e dezembro deste ano. Os consumidores seguem sem previsão de reembolso.
“A 123 lançou a linha Promo para fazer a capitalização da empresa, tentou aumentar seu capital. Quando vende passagens para um, dois, três anos e não pode emiti-las, a empresa fez uma pirâmide financeira“, seguiu o presidente da CPI.
Questionada sobre as declarações do parlamentar, a 123Milhas não respondeu. O espaço está aberto a eventuais manifestações.
Depois de duas faltas à CPI e uma decisão judicial que autorizou a condução coercitiva, os donos da firma, os irmãos Ramiro e Augusto Julio Soares Madureira, prestaram depoimento aos deputados na última semana.