São Paulo – O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), disse neste domingo (10/9), durante coletiva sobre o festival The Town, que conta com o apoio do PL a seu governo e que não há uma crise com a legenda, embora aliados de Jair Bolsonaro, que é do partido, tenham passado a defender que o ex-presidente apoie um outro nome para a Prefeitura no ano que vem.
“Qualquer um pode querer ser candidato. Agora, crise (com o PL) não tem. Eu sempre falei de uma forma muito transparente que é importante a gente ter uma união do centro, que é o campo em que eu atuo, com a direita, para que o centro e a direita possam vencer a extrema esquerda, que é um risco para a cidade, alguém que prega a desordem”, disse Nunes.
“O que eu tenho escutado do presidente municipal do PL de São Paulo (vereador Isac Félix), é que o PL estará comigo. De que a gente está fazendo um trabalho importante para a cidade. O que eu tenho escutado do presidente nacional do PL (Valdemar Costa Neto) é a mesma coisa”, afirmou.
A extrema esquerda citada por Nunes é uma referência ao deputado federal Guilherme Boulos (PSol), coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Desde a semana passada, quando aliados do ex-presidente como o advogado e ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarter passaram a criticar Nunes de forma mais contundente, Nunes subiu o tom das críticas contra Boulos, pedindo um voto útil nele para vencer o candidato do PSol.
Na entrevista, o prefeito lembrou que, independentemente do apoio formal do ex-presidente, o PL já o apoia e faz parte de seu governo (controla a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente) e que a sigla fez parte da coligação que elegeu Bruno Covas em 2020.
Semana de indefinições
Nunes vem tentado desde o começo do ano se aproximar do ex-presidente Jair Bolsonaro e obter, dele, uma declaração formal de apoio às eleições, em uma estratégia que, segundo aliados do ex-presidente, passa por evitar que Bolsonaro apoie outra pessoa para as eleições.
Este apoio não veio ainda, segundo aliados, por causa da hesitação de Nunes em atender demandas do grupo do ex-presidente, que queria nomear indicados para compor o governo e uma posição do prefeito mais alinhada às bandeiras do bolsonarismo.
Na semana passada, durante uma palestra para alunos da Faap, em Higienópolis, no centro de São Paulo, o prefeito disse que não tinha proximidade com Bolsonaro (nem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT).
A partir daí, o prefeito passou a ser alvo de indiretas de Wajngarten e até de um ataque feito por Carlos Bolsonaro nas redes sociais.