São Paulo — A Autoridade Portuária de Santos, estatal federal responsável pela administração do Porto de Santos, pretende fazer um leilão ainda neste ano para as obras de construção do túnel entre Santos e Guarujá, no litoral do Estado, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP).
Embora a proposta de uma ligação seca entre as duas cidades seja uma promessa de campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos), o projeto que está sendo desenvolvido não prevê participação do governo do Estado na empreitada.
No fim do ano passado, o conselho de administração do porto autorizou a contratação da Fundação Vanzolini para a elaboração da PPP. Anderson Pomini, aliado de Márcio França (PSB) que presidente o porto, realizou 18 reuniões com as prefeituras das duas cidades para detalhar o projeto.
A construção do túnel está inscrita no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Há previsão de investimentos de R$ 6 bilhões.
A autoridade portuária tem cerca de metade deste valor em caixa reservado para a obra. A parceira privada da empreitada faria investimentos adicionais e, em troca, obteria os direitos de exploração econômica da ligação.
O túnel deve ter 800 metros de extensão, com faixas para veículos, ciclovias, pedestres e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da baixada. A obra é discutida há quase 100 anos.
Durante a gestão passada, quando Tarcísio era ministro da Infraestrutura, a gestão João Doria firmou uma parceria com a Ecovias, concessionária que opera as rodovias Anchieta e Imigrantes, para a construção não de um túnel, mas de uma ponte para a conexão entre as duas cidades.
O governo federal, contudo, não deu a autorização para a obra, em meio à relação conflituosa entre Doria e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O governo federal tem parcerias com o governo estadual para a extensão da Linha 2-Verde do Metrô, para a construção da Linha 6-Laranja e do futuro Trem Intercidades, que ligará a capital à Campinas.
