O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (13/12), durante reunião conjunta das trilhas de sherpas e finanças do G20 — grupo que reúne as maiores economias do mundo — que o Brasil “continuará trabalhando por um cessar-fogo permanente” no conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, que ocorre desde 7 de outubro. O Brasil presidirá o G20 até novembro de 2024.
“Não nos convém um mundo marcado pelo recrudescimento dos conflitos, pela crescente fragmentação, pela formação de blocos protecionistas e pela destruição ambiental. Suas consequências seriam imprevisíveis para a estabilidade geopolítica”, afirmou o petista.
Lula descreveu a guerra no Oriente Médio como uma “violação cotidiana do direito”, que, ainda de acordo com ele, resulta na morte de milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças.
“O Brasil continuará trabalhando por um cessar-fogo permanente que permita a entrada da ajuda humanitária em Gaza e pela libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas”, declarou.
Menina em escombros na faixa de Gaza
Criança palestina em Gaza
UNICEF/UN0464417/El Baba
Israel intensifica as operações militares em Gaza depois que uma trégua sustentada entre o Hamas e Israel não durou mais de uma semana, apesar das negociações diplomáticas e da libertação de prisioneiros
Israel intensifica as operações militares em Gaza depois que uma trégua sustentada entre o Hamas e Israel não durou mais de uma semana, apesar das negociações diplomáticas e da libertação de prisioneiros
Ahmad Hasaballah/Getty Images
Ataque israelense à Faixa de Gaza depois do cessar-fogo
Ataque israelense à Faixa de Gaza depois do cessar-fogo
Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images
Israeli attacks on Gaza continue on the 25th day
Uma mulher caminha pelos escombros de prédios em Gaza
Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
guerra entre israel e Hamas em Gaza
Fumaça sobre Beit Hanoun após bombardeio israelense
Christopher Furlong/Getty Images
destruição faixa de gaza
Mulher recolhe roupas após ter a casa destrída por bombardeio israelense em Deir el-Balah, na Faixa de Gaza
Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
fogo destruição gaza
Palestino tenta apagar focos de incêndio após bombardeio em Khan Yunis
Mohammed Talatene/picture alliance via Getty Images
criança escombros Gaza
Na cidade de Deir al Balah, criança anda entre os escombros de prédios destruídos por bombardeios de Israel
Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images
hospital de Al-Quds na Faixa de Gaza
Hospital de Al-Quds na Faixa de Gaza
Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
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O mandatário reforçou que a comunidade internacional precisa caminhar para uma solução capaz de estabelecer dois Estados, o de Israel e o da Palestina, “vivendo lado a lado em segurança”.
“Sem ação coletiva, essas múltiplas crises podem multiplicar-se e aprofundar-se. As desigualdades estão na raiz dos problemas que enfrentamos, ou contribuem para agravá-los”, defendeu.
Reforma do Conselho de Segurança da ONU
Durante o discurso, o presidente Lula voltou a criticar o “anacronismo” das instituições de governança global, que, segundo ele, não têm representatividade. Como exemplo, ele citou o modelo atual do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU constituíam, em 1945, 10% dos membros da organização. Hoje são somente 2,5%. Na sua fundação, as juntas do FMI [Fundo Monetário Internacional] e do Banco Mundial dispunham de 12 assentos para um total de 44 países. Hoje, as juntas têm cada uma 25 assentos representando 190 países”, explicou.
Em seu discurso na ONU, Lula falou sobre matriz energética, Amazônia, Ucrânia e desigualdade
Em seu discurso na ONU, Lula falou sobre matriz energética, Amazônia, Ucrânia e desigualdade
Reprodução/YouTube
Lula discursa na ONU (3)
Lula na ONU
Ricardo Stuckert/PR
Lula discursa na ONU (4)
Lula falou da incapacidade dos países da ONU em resolver o conflito entre Ucrânia e Rússia
Ricardo Stuckert/PR
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No momento, o Conselho é formado por cinco membros permanentes e 10 não-permanentes, estes eleitos em mandatos de dois anos. Em 2023, o Brasil chegou a presidir temporariamente a organização em outubro, mês do estopim da guerra entre Israel e Hamas.
“Se mantida a proporção original, esses órgãos deveriam contar, hoje, com 52 cadeiras – o dobro de seu tamanho atual. Cerca de 70 países, muitos deles na África, estão insolventes ou próximos da insolvência”, disse Lula.