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Na Nigéria, militares erram alvo e matam 85 civis por engano

Militares da Nigéria usaram drones para atacar grupos armados no norte do país, mas acabaram matando, por engano 85 civis. As vítimas participavam de uma cerimônia religiosa e tiveram a morte confirmada pelas autoridades na segunda-feira (4/12).

O ataque aconteceu na noite de domingo (3/12), na aldeia de Tudun Biri, no estado de Kaduna. Milhares de muçulmanos se reuniam na região para celebrar o aniversário do profeta Maomé. O governador de Kaduna, Uba Sani, disse que civis foram “mortos por engano e muitos outros foram feridos” por um drone “que visava terroristas e bandidos”.

A Agência Nacional de Gestão de Emergências afirmou em comunicado que “85 cadáveres foram enterrados até agora”. Mas as buscas continuam.

O número de vítimas pode ser maior. De acordo com o escritório da Anistia Internacional na Nigéria, os mortos podem chegar a 120. “Muitos deles eram crianças [e] mais cadáveres estão sendo descobertos mais cadáveres”, apontou Isa Sanusi, diretora do grupo na Nigéria, à agência de notícias Associated Press.

Nesta terça-feira (5/12), o presidente nigeriano Bola Ahmed Tinubu ordenou uma investigação. “O presidente Tinubu descreve o incidente como muito infeliz, perturbador e doloroso, expressando indignação e pesar pela trágica perda de vidas nigerianas”, afirmou a Presidência em um comunicado.

Década de terror na Nigéria

Nos últimos nove anos, ataques desse tipo têm sido cada vez mais comuns. O governo manda aeronaves e drones para áreas em conflito armado, principalmente no centro, norte e noroeste do país. Entre fevereiro de 2014 – quando um avião militar nigeriano lançou uma bomba sobre Daglun, no estado de Borno, matando 20 civis – e setembro de 2022, houve pelo menos 14 bombardeiros do tipo em áreas residenciais.

Extremistas rebeldes invadem aldeias e causam devastação. E estão cada vez mais fortes. Já houve caso de um grupo atacar um avião de combate da Força Aérea e também ônibus com civis dentro, quando fizeram diversas pessoas de reféns e pediram resgate.

Em resposta, o governo ataca supostos esconderijos dos rebeldes, mas acaba vitimando civis.

Uba Sani, o governador do estado, afirmou que o governo mandou representantes à aldeia atingida no domingo para se encontrarem com as famílias das vítimas. E confirmou que uma investigação se encontra em andamento.

“Estamos determinados a evitar uma repetição desta tragédia e a assegurar ao nosso povo que a sua proteção será priorizada na luta sustentada contra terroristas, bandidos e outros elementos criminosos”, apontou.

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