A ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça Marília Alencar deverá depor à Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (11). O depoimento está marcado para às 11h, na sede da PF, em Brasília.
A ex-diretora, que é delegada da PF, confirmou que vai à oitiva. Essa será a segunda vez em que Marília prestará esclarecimentos sobre a investigação da PF em relação às blitze da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições do ano passado, em especial em rodovias do Nordeste.
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A PF investiga um mapa feito pela Diretoria de Inteligência chefiada por Marília durante a gestão de Anderson Torres. Para os investigadores, há indícios de que esse boletim de inteligência tenha sido usado para orquestrar uma megaoperação da PRF e impedir que eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegassem aos locais de votação.
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Ontem, a CNN revelou que essa apuração da Polícia Federal começou com uma denúncia relatada por um servidor que estava lotado na Diretoria de Inteligência do MJ, subordinado à Marília Alencar.
O analista de cybercrimes foi o responsável por fazer o boletim de inteligência com dados de votos do primeiro turno das eleições do ano passado entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Segundo ele, em depoimento à PF, o pedido para fazer o relatório partiu da chefia imediata dele, a diretora Marília Alencar, que ele “estranhou” a demanda, por isso procurou a PF.
No celular de Marília, a PF encontrou esses mapas e pontos vermelhos no Nordeste, com cidades onde Lula teve expressiva votação no primeiro turno.
A defesa de Marília sustenta que o mapa foi feito em apuração de possível compra de votos em cidades específicas e também tinha votação do então presidente Jair Bolsonaro (PL). E Anderson Torres se defende ao dizer que não usou os mapas ou repassou à PRF.
Segundo Marília, no primeiro depoimento à PF, o objetivo do documento, a pedido de Torres, era apurar um indicativo de compra de votos nas regiões com alta votação acima de 75%. A ex-diretora contou que pediu que a planilha fosse “extraída, impressa e entregue” e afirma que apresentou o documento a Torres “numa reunião na qual também estavam presentes outros servidores”.
Prisão de Silvinei
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (9), em Santa Catarina, nessa investigação sobre interferência no segundo turno das eleições de 2022.
Ele comandava a corporação à época. Detido em Florianópolis, Silvinei foi transferido para Brasília.
A prisão do ex-diretor-geral ocorreu no âmbito da Operação Constituição Cidadã, que ainda cumpriu 10 mandados de busca contra ex-diretores e o ex-corregedor da PRF, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.
A operação também contou com o apoio da Corregedoria-Geral da PRF, que determinou também a oitiva de 47 policiais rodoviários federais.
Segundo a PF, os fatos investigados na operação “configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro”.
Este conteúdo foi originalmente publicado em PF ouvirá ex-diretora de Inteligência de Torres nesta sexta-feira sobre mapa das eleições e blitze da PRF no site CNN Brasil.