O presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), James Walker Júnior, publicou uma nota tentando desvincular o nome do grupo e a reunião em que esteve presente a mulher de um líder do Comando Vermelho (CV), dentro do Ministério da Justiça, em Brasília.
Acontece que a reunião foi marcada pela ex-deputada do Psol, Janira Rocha, que simplesmente é vice-presidente da Anacrim. No entanto, segundo Walker Júnior, apenas presidentes da associação é que teriam autonomia para marcar reuniões desse tipo com autoridades. O registro da reunião no sistema do governo federal é no nome da Anacrim.
“Em conversa telefônica nesta manhã, com o presidente nacional da Anacrim, a Dra. Janira Rocha, com a consciência, lisura e amabilidade que marcam a sua personalidade, assegurou ao presidente não ter feito qualquer solicitação em nome da Anacrim, fazendo-o somente em relação a outras instituições”, escreveu Walker Júnior na nota.
Duas reuniões
O Estadão foi quem revelou nesta segunda-feira (13/11) que Luciane Barbosa, esposa de um líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas, participou de duas reuniões no MJ, representando uma organização que pede melhorias no sistema prisional. Ela é condenada por lavar dinheiro para a facção criminosa.
A primeira reunião foi marcada por Janira com o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério, o ex-deputado federal Elias Vaz. A ideia inicial seria receber mães que tiveram filhos assassinados e lutavam por justiça, mas no momento do encontro, a ex-deputada foi acompanhada de Luciane, que levou demandas sobre o sistema prisional.
Diante disso, Elias Vaz, que não teria conhecimento sobre o histórico de Luciane na facção, a encaminhou para o secretário de Política Penal, Rafael Velasco, que se reuniu também com ela.
Flávio Dino e Velasco não conversaram com a imprensa pessoalmente nesta segunda, deixando Elias Vaz sozinho no momento da coletiva de imprensa. Dino preferiu se manifestar apenas pelas redes sociais, dizendo que a reunião aconteceu sem seu conhecimento ou presença.