Telmário Mota, ex-senador da República por oito anos, é procurado pela Polícia Civil de Roraima, nesta segunda-feira (30/10), por suspeita de mandar matar a ex-mulher e mãe de uma das filhas do ex-senador, Antônia Araújo de Souza, de 52 anos. Em 2022, a filha do casal acusou Telmário Mota de tentativa de abuso sexual. Antônia morreu no fim de setembro, com um tiro na cabeça.
Mota é formado em economia e contabilidade e começou a carreira política em 2005 como primeiro suplente da Câmara Municipal de Boa Vista. Dois anos depois, em 2007, assumiu o cargo de vereador de Roraima.
Já em 2015, Telmário foi eleito Senador da República. Nas eleições de 2018 ele foi candidato ao governo de Roraima pelo PTB, mas não se elegeu.
Antonia Araújo de Sousa, ex-companheira de Telmário Mota
Antonia Araújo de Sousa, ex-companheira de Telmário Mota
Reprodução/Facebool
Polícia Civil de Roraima
Imagem da operação da Polícia Civil de Roraima
Divulgação/Polícia Civil de Roraima
Telmario Mota_Edilson Rodrigues-Agência Senado
Texto foi proposto pelo senador Telmário Mota
Edilson Rodrigues/Agência Senado
Telmário Mota
Reprodução/Facebook
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Morte de Antônia Araújo
No início da manhã do dia 29 de setembro, Antônia Araújo, servidora do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Yek’uana (Dsei-YY), desde 2017, foi morta com um tiro na cabeça quando saía de casa, no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste de Boa Vista.
Antônia estava dentro de um carro com um familiar quando dois homens em uma moto chegaram e atiraram contra a mulher. Ela morreu no local.
Acusação de estupro feita pela própria filha
Em agosto de 2022, a filha de Telmário Mota e Antônia Araújo, de 17 anos na época, registrou um boletim de ocorrência contra o pai.
Ela afirmou que ele a assediou, tocou em suas partes íntimas e tentou arrancar a sua roupas, no domingo 14/8), Dia dos Pais, depois de a ter forçado a entrar em um carro e tomar bebidas alcoólicas.
Na época, Telmário negou as acusações e afirmou se tratar de perseguição política.
Telmário acusado de agressão
Telmário também foi acusado, em 2015, de ter agredido Maria Aparecida Nery de Melo, uma jovem de 19 anos que afirmou à polícia “ ter apanhado até desmaiar”. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de uma investigação sobre o caso em agosto de 2016.
A jovem ainda afirmou à polícia que tinha relações com o então senador desde quando tinha 16 anos. Um mês depois da abertura do inquérito, Maria Aparecida pediu para retirar a queixa e alegou que se machucou ao tentar agredir o parlamentar.
A queixa não pôde ser retirada. A PGR quer que o senador e a estudante sejam ouvidos novamente, bem como o advogado que a acompanhou quando ela foi à polícia.
Festa durante a pandemia da Covid-19
Em janeiro de 2021, enquanto ainda era senador, Telmário Mota realizou uma festa na Praça do Grêmio, no Centro de Rorainópolis, ao Sul de Roraima, enquanto o estado passava pela fase mais grave da pandemia da Covid-19. A festa ocorreu após a Saude anunciar que o Estado vive a fase grave da pandemia.
De acordo com a Polícia Militar (PM), entre 1,5 mil e 2 mil pessoas estiveram no local, no entanto, não foi oficializado nenhum pedido para que os agentes realizassem policiamento no local.
Cerca de três meses depois, Mota recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19.
Desvio de verbas
Em 2016, a médica Suzete Oliveira, mulher de Telmário, foi condenada a seis anos de prisão por envolvimento no esquema de desvio de verbas públicas que ficou conhecido como “escândalos dos gafanhotos”.
Em maio de 2016 a médica se entregou à polícia e foi levada para a Cadeia Pública Feminina, na zona Rural de Boa Vista. Suzete Oliveira foi solta no mesmo mês, depois de a juíza Rosimayre Gonçalves de Carvalho, do Tribunal Regional da 1ª Região, conceder habeas corpus.