O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o funcionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), nesta sexta-feira (27/10). O petista foi enfático ao condenar o mecanismo do órgão, que garante poder de veto aos cinco membros permanentes: Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, China e França.
Lula foi enfático ao dizer que é “totalmente, radicalmente contra ao poder de veto”. E comentou que são os membros permanentes que “mais fabricam arma, que vendem armas, e fazem guerra”.
“É preciso acabar com o direito de veto, ou seja, se tiver dúvida, vota a maioria, ganha e cumpre-se. Então, eu vou continuar falando em paz, vou continuar falando porque eu acredito que é a coisa mais extraordinária tentar superar o poder das balas com o poder da conversa”, prosseguiu o petista.
Segundo o petista, “são os cinco países [permanentes] do Conselho de Segurança que fabricam arma, que vendem armas e que fazem guerra. É a contradição. Por isso que nós queremos mudar o conselho. O que nós queremos é democratizar o conselho da ONU porque, hoje, ele vale muito pouco”.
Além da extinção do veto, o petista defendeu a entrada de novos membros permanentes no conselho. Além do Brasil, Japão, Índia e Argentina.
Proposta do Brasil na ONU
O petista também defendeu que a proposta de resolução apresentada pelo Brasil na instância foi “aprovada”, apesar do veto dos Estados Unidos (EUA).
Segundo o petista, o documento não foi rejeitado pela instância, uma vez que teve aprovação de 12 dos 15 membros. O presidente defendeu ainda que é “radicalmente contra o poder de veto” dos cinco membros permanentes do conselho, e voltou a pedir uma reforma do órgão.
“Eu vi uma manchete aqui no jornal dizendo: a proposta [de resolução] do Brasil foi rejeitada. Não é verdade, é mentira. Não foi rejeitada. Tinha 15 votos em jogo, ela teve 12, duas abstenções e um contra. Como ela pode ter sido rejeitada?”, declarou o mandatário em café com jornalistas, no Palácio do Planalto.
“Ela foi vetada por causa de uma loucura que é o poder de veto concedido aos cinco países titulares do Conselho, que eu sou totalmente, radicalmente contra. Isso não é democrático”, enfatizou o petista.
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Lula afirmou que o Congresso não tem que dizer “amém” para o Executivo
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Lula ao lado de Janja
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Lula teve que aceitar nomes do Centrão na Esplanada
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Presidente defendeu que pressão de partidos do Centrão “faz parte do exercício da democracia”
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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
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Lula recebeu jornalistas para um café da manhã no Palácio do Planalto
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Lula afirmou que não vai usar a GLO no Rio de Janeiro
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Conflito Israel x Hamas
O Conselho de Segurança da ONU se debruçou, nas últimas semanas, sobre o conflito entre Israel e Palestina, mas não foi capaz de chegar a um acordo sobre a manifestação da instância sobre o tema. Rússia e Brasil apresentaram duas propostas, que acabaram vetadas. Os EUA apresentaram um terceiro rascunho, que está sob apreciação dos membros e ainda não tem data para ser votado.
Conforme o funcionamento do órgão, uma resolução é aprovada caso tenha sinal positivo da maioria dos membros, desde que não haja nenhum veto dos cinco membros permanentes: Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, China e França.
O fracasso recente, sobre a crise no Oriente Médio, abriu margem para discussões sobre a capacidade do órgão de cumprir sua principal atribuição, a manutenção da paz. A proposta dialoga com as manifestações do presidente Lula, que defende, desde que subiu ao palco da ONU pela primeira vez, há 20 anos, uma reforma do conselho.