O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, indicou, nesta terça-feira (10/10), que a maioria dos 27 países da União Europeia (UE) é contra o isolamento imposto por Israel a Gaza e apoia a continuidade da assistência financeira aos palestinos. O anúncio foi feito antes do fim de uma reunião do bloco sobre a questão.
Em Omã, após uma reunião com o Conselho de Cooperação do Golfo, Borrell conversou com a imprensa no momento em que ocorria uma assembleia extraordinária dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia, em Bruxelas, na Bélgica. Segundo ele, “uma maioria esmagadora” se opôs à suspensão da ajuda.
A União Europeia, principal apoio financeiro dos palestinos, previu gastar € 1,2 bilhão entre 2021 e 2024 para financiar projetos nos Territórios Palestinos, principalmente nas áreas da educação e saúde.
Veja imagens do conflito:
Soldados israelenses trabalham em um tanque na fronteira Israel-Gaza
Soldados israelenses trabalham em um tanque na fronteira Israel-Gaza
Ilia Yefimovich/picture Alliance via Getty Images
fumaça sobe após o ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza em 9 de outubro de 2023
Cidade de Gaza
Mustafa Hassona/Agência Anadolu via Getty Images
Uma vista dos destroços da Mesquita Ahmad Yasin após ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza em 09 de outubro de 2023
Uma vista dos destroços da Mesquita Ahmad Yasin após ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza, em 9 de outubro de 2023
Ashraf Amra/Agência Anadolu via Getty Images
Os palestinos evacuaram suas casas após os ataques israelenses na Cidade de Gaza em 9 de outubro de 2023
Os palestinos evacuaram suas casas após os ataques israelenses na Cidade de Gaza, em 9 de outubro de 2023
Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
Ataques aéreos israelenses no Banco Nacional Islâmico de Gaza destroem edifícios e bairros no distrito de Rimal da Cidade de Gaza
Ataques aéreos israelenses no Banco Nacional Islâmico de Gaza destroem edifícios e bairros no distrito de Rimal, na Cidade de Gaza
Ali Jadallah/Agência Anadolu via Getty Images
As forças israelenses aumentam as medidas de segurança na fronteira de Gaza em Sderot, Israel
As forças israelenses aumentam as medidas de segurança na fronteira de Gaza em Sderot, Israel
Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu via Getty Images
Pessoas chegam depois que a Grécia iniciou operações de repatriação em Israel para seus cidadãos em meio a confrontos contínuos, em Atenas, Grécia, em 9 de outubro de 2023
Pessoas repatriadas
Dimitris Lampropoulos/Agência Anadolu via Getty Images
O exército israelense anunciou que usou mais de 1.000 toneladas de explosivos em ataques aéreos na Faixa de Gaza desde 07 de outubro
O exército israelense anunciou que usou mais de mil toneladas de explosivos em ataques aéreos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro
Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu via Getty Images
Uma visão dos destroços após ataques aéreos israelenses atingirem o campo de Jabalia na Faixa de Gaza em 09 de outubro de 2023
Uma visão dos destroços após ataques aéreos israelenses atingirem o campo de Jabalia, na Faixa de Gaza, em 9 de outubro de 2023
Mohammed Majed/Agência Anadolu via Getty Images
0
Na segunda-feira (9/10), um porta-voz da Comissão Europeia provocou surpresa ao indicar que o programa da UE de ajuda ao desenvolvimento dos palestinos seria reexaminado. O anúncio suscitou reações de diversos países do bloco, como a Espanha, a Irlanda e a França, que se posicionaram contra a iniciativa. Nesta terça, Bruxelas voltou atrás e afirmou que nenhum pagamento seria interrompido enquanto a reavaliação estivesse sendo realizada.
No entanto, a Dinamarca e a Suécia anunciaram a suspensão de seus programas de assistência. Segundo Copenhague, o objetivo é “garantir que os fundos dinamarqueses não sejam utilizados em causas equivocadas, especialmente para apoiar indiretamente organizações terroristas que atacam Israel”. Mesmo tom do lado de Estocolmo, que suspendeu a ajuda “até nova ordem”.
Por outro lado, Borrell indicou que a informação veiculada por algumas mídias de que a Alemanha decidiu cancelar sua ajuda aos palestinos é “falsa”. O chefe da diplomacia europeia indicou que os países poderiam avaliar seus programas a médio e longo prazo, “mas não suspendê-los”.
Antes do início da reunião em Bruxelas, a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, pediu que a Autoridade Palestina se afaste do Hamas. “Distanciem-se deste terror. Nada pode justificá-lo”, afirmou em um comunicado. “Vocês têm obrigações, inclusive com sua própria população”, reiterou Baerbock.
Direito internacional
O chefe da diplomacia europeia também afirmou que o respeito do direito internacional significa um “não ao bloqueio de água, de alimentos ou de eletricidade” na Faixa de Gaza. Mais cedo, a ONU criticou o cerco de Israel ao enclave palestino que coloca “em perigo a vida de civis, privando-os de bens essenciais à sua sobrevivência”.
Borrell anunciou que os 27 países membros do bloco são a favor de um corredor humanitário na Faixa de Gaza. O objetivo seria permitir a retirada da população do território através do Egito.
“Israel tem o direito de se defender”, indicou. “Mas isso precisa ser feito em conformidade com o direito internacional”, acrescentou.
“O Hamas é uma organização terrorista, a Autoridade Palestina é outra coisa, é um parceiro”, insistiu. “Todos os palestinos não são terroristas. Uma punição coletiva contra os palestinos seria injusta e contraprodutiva”, ressaltou.
Segundo o chefe da diplomacia europeia, em Omã também foi feita a ratificação de “um apoio financeiro durável aos palestinos” junto ao Conselho de Cooperação do Golfo. Borrell reiterou que as duas partes “sublinharam a importância” da continuação da assistência à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, sigla em inglês).
Com informações da RFI, parceira do Metrópoles.