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Médicos envolvidos em morte de subtenente da PMDF se tornam réus

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público do DF (MPDFT) contra dois médicos envolvidos na morte da subtenente da Polícia Militar (PMDF) Nádia Lucia Lima. O óbito da policial ocorreu no fim de março de 2022, após uma cirurgia de conização do colo do útero, em um hospital particular da capital Federal.

“Ao examinar a denúncia oferecida pelo Ministério Público, constatei a presença dos requisitos à sua admissibilidade previstos no art. 41 do Código de Processo Penal. […] Ante o exposto, recebo a denúncia”, disse o juiz responsável pelo caso.

Segundo o MPDFT, o anestesiologista e a ginecologista que atenderam a militar foram “negligentes no pós-operatório, omitindo-se quando deviam e podiam empregar o melhor da medicina em benefício de Nádia, descumprindo as regras técnicas de sua profissão”.

Agora réus, os médicos responderão pela morte da vítima e por “maus-tratos”.


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A subtenente ingressou na PMDF em 1999. Após concluir o Curso de Formação de Soldados (CFSD 1999), Nádia trabalhou no Batalhão de Operações Especiais. Serviu no Patamo e também trabalhou nas 16ª e 20ª CPMind, além do Batalhão Judiciário. Antes de morrer, Nádia atuava no Colégio Militar Tiradentes (CMT).

Entenda o caso da subtenente

À reportagem Nazaré Mesquita, 45 anos, irmã da subtenente, contou que Nádia ficou na sala de cirurgia por cerca de “alguns minutos”, ocasião em que “uma série de erros médicos aconteceram e acabaram provocando a morte” da vítima. Por mais de um ano, a família da militar enfrentou uma verdadeira batalha na Justiça para exigir resposta das autoridades pelo o que aconteceu com a PM.

Conforme narrou Nazaré, Nádia morreu após duas paradas cardíacas. “A médica que a operou saiu do hospital logo após o procedimento para atender em outra unidade de saúde. Minha irmã, então, ficou com o anestesista, uma equipe de enfermagem e quatro estagiários”, explicou.

“Ao ser transferida para a sala de recuperação, sofreu duas paradas. Segundo o depoimento das pessoas que estavam no local, os anestesistas não conseguiram chegar a um consenso sobre o que teria causado o problema. Nesse meio tempo, a intubaram, extubaram e intubaram novamente”, contou.

De repente, conforme relembra a pedagoga, Nádia foi transferida para a unidade de terapia intensiva (UTI) do próprio hospital, por decisão dos médicos. No dia seguinte, a família foi informada que a subtenente teria tido morte cerebral.

“Ficamos sem chão. Foi desesperador. Conversamos com um médico da família, que encaminhou-se ao local, analisou os exames da minha irmã e escreveu uma declaração informando que não estavam realizando a troca efetiva de oxigenação da Nádia. Segundo ele, durante a intubação, ela sofreu edema na glote, o que impediu a passagem de ar para o pulmão. Fora os diversos outros erros que tiraram a vida da minha irmã”, pontuou.

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