O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Roberto Barroso, que assume a presidência da Corte na tarde desta quinta-feira (28), terá um desafio parecido ao do ministro José Dias Toffoli à frente do Poder Judiciário.
Na avaliação de líderes partidários, diante do tensionamento na relação entre Judiciário e Legislativo, caberá a Barroso criar um canal permanente de diálogo para arrefecer o cenário atual.
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Nas últimas semanas, o Congresso Nacional tem questionado decisões da Suprema Corte, como sobre o marco temporal e a descriminalização do aborto, e cogitado aprovar uma medida limitando a atuação do STF.
Segundo deputados e senadores, Barroso já tem atuado na tentativa de desensinar o clima e procurado lideranças partidárias para sinalizar que está aberto ao diálogo.
Os líderes partidários comparam o atual ao momento ao de Toffoli à frente da Suprema Corte. Com a eleição de Jair Bolsonaro, coube ao ministro criar uma rotina de reuniões entre os chefes dos Três Poderes.
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A iniciativa de Toffoli foi essencial no início do mandato de Bolsonaro para evitar a eclosão de crises institucionais. Toffoli se tornou, aliás, um dos únicos ministros da Suprema Corte que contavam com a confiança de Bolsonaro.
No Palácio do Planalto, a expectativa é de que a gestão de Barroso seja mais acessível e midiática. O novo presidente é conhecido por ter uma postura de diálogo com a imprensa e com a sociedade.
O perfil é o oposto de Rosa Weber, que é resistente a entrevistas e tinha como objetivo tirar a Suprema Corte dos holofotes em um momento de críticas ao protagonismo do Poder Judiciário.
Recentemente, Lula jantou com Barroso em um esforço de aproximação. O entorno do petista observa, no entanto, que diferentemente de Weber, Barroso é mais sensível à opinião pública, podendo ceder com mais facilidade a pressões.
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