São Paulo – Funcionários públicos do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Sabesp estão organizando uma greve conjunta para tentar brecar o plano de privatizações do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.
Os sindicatos dos servidores do Metrô e da CPTM já aprovaram a paralisação, enquanto que os funcionários da Sabesp têm assembleia marcada para esta terça-feira (26/9) para decidir se também entrarão em greve. Considerada a “joia da coroa paulista”, a Sabesp
Ligados a partidos políticos de esquerda, como o PSol, os sindicalistas pretendem chamar a atenção para o tema e obstruir tentar demover Tarcísio da proposta – o governador já recuou de outras promessas de campanha, como a retirada de câmeras do uniforme de policiais militares.
Até a última sexta-feira, a equipe de Tarcísio não havia sido procurada por nenhuma das lideranças sindicais para tratar do protesto nem tinha enviado emissários para tentar dialogar com os sindicalistas.
Um auxiliar de Tarcísio afirmou ao Metrópoles que greves motivadas por privatização não têm previsão legal, diferentemente de ações que servem como instrumento de pressão durante campanhas salariais, por exemplo.
Outro auxiliar disse que, caso houver a constatação de que o restante da população possa ser prejudicada, o governo deverá buscar a Justiça para mitigar os efeitos do protesto.
Em algumas paralisações, especialmente no caso do Metrô, a Justiça já chegou a determinar um percentual mínimo de operação diante de paralisações tidas como injustas – em março deste ano, porém, a Justiça negou um pedido do tipo feito por Tarcísio.
Privatizações
Das três empresas envolvidas na manifestação, a Sabesp é a que tem um processo de privatização mais avançado, embora ainda não haja nem data para lançar o processo nem clima político na Assembleia Legislativa para a aprovação da proposta.
O plano é fazer uma oferta adicional de ações no mercado (follow-on) destinada a atrair um acionista de referência, permitindo que um único agente privado detenha uma participação maior na companhia de saneamento do estado.
Tarcísio vem se empenhando em convencer prefeitos a aderir ao projeto. A Sabesp tem como clientes as prefeituras paulistas, e os contratos dos municípios preveem que muitos deles precisar aceitar a mudança, inclusive a capital.
No caso do Metrô, os estudos de viabilidade econômica da privatização ainda está em andamento. O governo contratou a empresa International Finance Corporation (IFC), uma consultoria ligada ao Banco Mundial, para estruturar a concessão.