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Defesa diz que réu veio ao 8 de janeiro porque queria um país melhor e não baderna

A defesa do segundo réu pelos atos de 8 de janeiro a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) disse, nesta quinta-feira (14), que ele veio a Brasília porque queria um “país melhor” e não “baderna”.

Thiago de Assis Mathar é acusado de cinco crimes pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por ter participado dos ataques que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O réu foi preso em flagrante dentro do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro. Ele segue preso preventivamente em Brasília.

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Mathar é acusado dos seguintes crimes:

Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
Golpe de Estado;
Dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima;
Deterioração de patrimônio tombado;
Associação criminosa armada.

Antes, na manhã desta quinta, o STF condenou o primeiro réu pelo caso, Aécio Lucio Costa Pereira, a 17 anos de prisão, multa de R$ 44 mil e indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos a ser paga solidariamente (em conjunto) com demais condenados. Ele havia invadido o Senado.

Para o advogado Hery Waldir Kattwinkel, responsável pela defesa de Thiago Mathar, não é possível colocar no mesmo “balaio” as pessoas que invadiram e depredaram os prédios públicos e as que “estavam se abrigando” nos locais.

Conforme o advogado, o réu entrou no Palácio do Planalto para se abrigar dos conflitos que ocorriam do lado de fora, no dia das depredações. Ele disse que não há nenhum vídeo com falas ofensivas e violentas de seu cliente na ocasião.

Para o advogado, ainda que os crimes tenham sido cometidos por uma multidão, “é possível individualizar as condutas de alguns grupos”. Kattwinkel disse que as pessoas que cometeram as depredações não são patriotas.

Ele também descartou a motivação de golpe de Estado pelos participantes dos ataques. “Não havia qualquer tipo de lesividade num golpe de Estado”. O advogado também afirmou que Mathar “em momento nenhum” aderiu a “manifestações golpistas”.

“Estamos diante de um rapaz do interior de São Paulo, que pega um ônibus sozinho, e falei isso pra mãe dele, um ignorante, porque poderia estar cuidando de seus filhos, mas queria um país melhor. Ele não queria vir para fazer bandalheira”, afirmou.

Kattwinkel também afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações do 8 de janeiro na Corte, passou de “julgador a acusador”.

“Algumas violações, pediria que a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] pudesse valorizar mais as prerrogativas dos advogados. Por muitas vezes nossas prerrogativas foram violadas. Na Papuda, eu fiquei quase 15 horas para suplicar entrada e poder ver o meu cliente, passando com água e bolachinha. A cena que vi lá me lembrou muito o holocausto”, declarou.

O advogado disse que, na cadeia, seu cliente emagreceu 20 quilos e que os filhos do réu acham que ele morreu.

Quem é

Thiago de Assis Mathar tem 43 anos e mora em São José do Rio Preto (SP). Ele trabalhava como autônomo fazendo manutenções domésticas elétricas e hidráulicas.

Em depoimento, ele disse que veio a Brasília de ônibus em uma caravana que partiu de Penápolis e passou por Rio Preto. Mathar afirmou que seu intuito era participar de manifestações pacíficas na capital federal. Disse que entrou no Planalto para se abrigar dos conflitos que se davam do lado de fora e que, uma vez dentro do palácio, não depredou nenhum bem público.

Na audiência aos juízes do gabinete de Moraes, declarou que ajudou a estender cortinas do Planalto que estavam arrancadas e jogadas no chão para que pessoas que estavam passando mal pudessem se deitar.

Veja também: Juristas se dividem sobre pena para condenado pelo 8 de janeiro no STF

Este conteúdo foi originalmente publicado em Defesa diz que réu veio ao 8 de janeiro porque queria um país melhor e não baderna no site CNN Brasil.

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