A menção de Lula a um eventual desmembramento do Ministério da Justiça e da Segurança Pública foi percebida como um sinal de que o ministro Flávio Dino será indicado ao Supremo Tribunal Federal.
Dino, desde a transição de governo, disse que não aceitaria chefiar o Ministério da Justiça separado da Segurança Pública. A avaliação era de que a pasta ficaria fraca sem a Polícia Federal e que não faria sentido separar algumas áreas, como a de política penitenciária.
Lula acatou a vontade de Dino e manteve a Segurança Pública e Justiça juntos. Entretanto, nas últimas semanas, em meio à crise de segurança no Rio de Janeiro e na Bahia, o presidente passou a defender a recriação do Ministério da Segurança Pública.
Disse Lula seu programa semanal “Conversa com o Presidente”, no último dia 24:
“Eu, quando fiz a campanha, ia criar o Ministério da Segurança Pública. Ainda estou pensando em criar, pensando quais são as condições em que você vai criar, como é que vai interagir com a questão de segurança do estado”.
Para pessoas próximas a Lula, isso foi uma pista de que Dino será seu indicado ao STF. O presidente, contudo, teme que as crises na segurança na Bahia e Rio de Janeiro afetem negativamente a caminhada do ministro rumo à Corte.
